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quinta-feira, 21 novembro
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Saiba as causas da IRpA e qual a melhor maneira de tratá-la!

Curiosidades sobre procedimentos de Emergência na Clínica Médica.

Conceitos Básicos

A IRpA é a sigla que identifica a Insuficiência Respiratória Aguda. Segunda o manual de via aérea na emergência do Walls, temos 3 indicações clássicas para indicar via aérea definitiva:

  • Há falha em manter a via aérea pérvia/protegida?
  • Há falha na ventilação ou oxigenação?  
  • Há necessidade de se antecipar a um possível desfecho clínico desfavorável?

A insuficiência pode ser separada em via aérea difícil e via aérea falha:

  • Via Aérea Difícil 

Fisiologicamente, encontramos um paciente em estado de saúde onde o manejo pré-intubação é difícil. Mecanicamente, o paciente apresenta dificuldades técnicas ao procedimento, ou seja, com preditores de via aérea difíceis.

  • Via Aérea Falha 

E aquela na qual o plano principal para estabelecer a via aérea deu errado e é necessário usar planos de resgate.  Além disso, podemos citar a falha em manter a oxigenação adequada após uma ou mais laringoscopias e,  também, depois de 3 tentativas de intubação falhas. É importante lembrar que sempre devemos tentar formas diferentes após falha de intubação, não insistindo na mesma estratégia.

Como abordar o paciente?

A forma mais abrangente de abordar as indicações segue a ordem: ABCDEG

A- Ar/ Via aérea: Há alguma obstrução? E do tipo estática ou dinâmica? 

B- Breathing (respiração): Há falha na ventilação ou oxigenação? 

C- Circulação: O paciente tem indícios de fadiga da musculatura respiratória por estar no limite de sua resposta metabólica e hemodinâmica?

D- Deficiência: Há falha em manter a via aérea protegida/prévia? 

E- Sequência Esperada: Há necessidade de se antecipar a um possível desfecho clínico desfavorável? 

G- Geral: o paciente está muito agitado e somente com o estabelecimento da via aérea avançada suas doenças serão tratadas da melhor maneira possível.

Quais são os preditores?

  1. MOANS 

Preditor de ventilação difícil, e identificado por: 

M- Selo de Máscara 

O- Obstrução/Obesidade

A- Age (idade) > 55

N- Nao tem dentes 

S- Pulmão Stiff (rígido) ou alteração de coluna cervical 

  1. LEMON 

Preditor de intubação difícil, e avaliado da seguinte maneira: 

L- Look (olhar) 

E- Evaluate (avaliar 3-3-2)

M- Mallampati 

O- Obstrução/Obesidade

N- Neck (pescoço)

  1. RODS

Avaliação de dispositivos supraglóticos, significa: 

R- Movimentação restrita da boca 

O- Obstrução 

D- Anatomia distorcida

S- Pulmão Stiff (rígido) ou alteração de coluna cervical 

  1. SHORT

Preditor para via aérea cirúrgica dificil, é assim identificado: 

S- Surgery (cirurgia) 

H- Hematoma 

O- Obesidade 

R- Radiação 

T- Tumor

Upper-lip bite test. Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof
Circunferência cervical, considerado um bom preditor de via aérea difícil quando maior que 40 cm. Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof
Classificação de Mallampati. Fonte: Aervo de Aulas do Grupo MedCof
Classificação de Cormack e Lehane (durante a laringoscopia). Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof.
Bougi, dispositivo para facilitar IOT, guiando para o lugar certo. Fonte: TcD.  https://images.app.goo.gl/KUaNdYz4Y9rWLDCu6

Os 7 “p” da intubação

  1. Preparação 

Primeiro, testamos o laringoscópio, o cuff, as medicações e a lâmina, além de preparar outros planos caso a IOT falhe. 

  1. Pre-oxigenação 

Então, oferecemos oxigênio 100% independente da forma que você vai oferecer, por 3 a 5 minutos. O objetivo é a desnitrogenação pulmonar, aumentando a quantidade de O2 no mesmo volume e garantindo um maior tempo de via aérea segura.

  1. Pré-Tratamento 

Pouco realizado no cenário de emergência, essa etapa inclui a observação dos níveis de Fentanil (simpático) e Lidocaína (não utilizada!)

  1. Paralisia/ indução 

Administração de Drogas de sedação: 

  • Etomidato (se estiver cardioestável. Se causar mioclonias, utilizar midazolam) 
  • Quetamina (para preservar o drive respiratório do paciente e fazer broncodilatação e analgesia. Sempre que as questões falarem de pacientes com problemas de broncoespasmos que vão ser submetidos a intubação orotraqueal essa é a melhor escolha!) 
  • Propofol e midazolam (são menos utilizados pelo efeito depressor do sistema cardiovascular, que pode gerar PCR). 
  • Succinilcolina e Rocurônio (bloqueadores neuromusculares que não indicados se houver a possibilidade de não conseguir ventilar o paciente, é uma decisão “subjetiva” + experiência do médico) 

Curiosidade: Existe uma nova droga de sedação no mercado = Ciprofol, parecida com propofol, ATENÇÃO!

  1. Posicionamento 

Atentar-se a posição ideal do paciente (Sniff position)

Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof

6. Passar o tubo e confirmar entubação 

Durante essa, realizamos inspeção, ausculta, ultrassonografia para confirmar a correta intubação. O método ouro de confirmação e a capnografia.

Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof

7. Pós-intubação 

Por fim, checamos se o paciente está bem centrado, se houve pneumotórax ou outros problemas. Caso não haja nenhum, seguimos com os cuidados de recuperação. Mas se o paciente continuar dessaturando, mesmo intubado, devemos investigar uma descondensação secundária a DOPES (D- tubo fora do lugar; O- obstrução do tubo; P- pneumotórax; E- equipamento não funcionante; S- stacking) e consertar o problema com DOTTS (D- desconectar do ventilador; O- oxigenar com BVM; T- melhorar a posição do tubo; T- melhorar a ventilação no equipamento; S- USG para checar a conexão da intubação).

Veja detalhes a ventilação não invasiva

Outro modelo que busca a estabilização do paciente e é aplicado em casos específicos, a ventilação não invasiva está descrita em detalhes no nosso material de estudos para a Residência. Seja aluno MedCof e tenha acesso a tudo isso e muito mais.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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