Cirurgia Cardiovascular: O que é, quando é necessária, especialização e remuneração

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A cirurgia cardiovascular é uma das especialidades médicas mais complexas e fascinantes, exigindo precisão, conhecimento aprofundado e muita dedicação. Para quem sonha em seguir essa área, entender todos os detalhes da especialização é o primeiro passo.

O que é Cirurgia Cardiovascular?

A cirurgia cardiovascular é a especialidade médica responsável pelo tratamento cirúrgico das doenças que afetam o coração, os grandes vasos sanguíneos (como a aorta) e a circulação periférica. O cirurgião cardiovascular realiza procedimentos que vão desde correções de defeitos cardíacos congênitos até transplantes de coração.

Quando a Cirurgia Cardiovascular é necessária?

Esse tipo de cirurgia é indicado em diversas situações, incluindo:

  • Doença arterial coronariana;
  • Aneurismas da aorta;
  • Doenças das válvulas cardíacas;
  • Arritmias graves;
  • Transplante cardíaco.

Como a Cirurgia Cardiovascular é realizada?

A cirurgia cardíaca é sempre um procedimento de grande porte, requerendo grande infraestrutura para o intra e pós operatório e um bom preparo pré operatório do paciente. 

Preparação do Paciente:

  • Exames: O paciente deve realizar diversos exames complementares no pré operatório, tanto para ajudar no planejamento da cirurgia, quanto para tratar possíveis comorbidades que estejam descompensadas e que possam interferir no resultado do procedimento.
  • Jejum: O paciente deve estar em jejum absoluto, geralmente de 6 a 8 horas, para evitar riscos de aspiração durante a indução anestésica.
  • Orientações prévias: É importante informar ao paciente sobre o procedimento proposto e esclarecer dúvidas. Medicamentos específicos podem ser ajustados, como anticoagulantes, conforme indicação médica.
  • Consentimento: O paciente assina um termo de consentimento informado após ser esclarecido sobre os riscos e benefícios da cirurgia.

Anestesia:

A imensa maioria dos procedimentos realizados pela cirurgia cardiovascular é realizada com anestesia geral, administrada por um médico anestesiologista. Alguns procedimentos endovasculares e os implantes de marcapassos e outros dispositivos eletrônicos, podem ser realizados com sedação.

Durante a cirurgia, a monitorização é bastante completa, com cardioscopia, oximetria, medida da pressão venosa central, medida de pressão arterial invasiva, temperatura e outros.

Circulação Extracorpórea:

Grande parte das cirurgias cardíacas convencionais exigem o auxílio da circulação extracorpórea, um grande diferencial da especialidade.

Durante a maior parte das cirurgias cardíacas, o coração deve permanecer parado e livre de sangue para permitir a execução do procedimento proposto. A parada cardíaca é feita pela infusão da solução de cardioplegia, uma solução rica em potássio que faz com que o coração pare em diástole. 

Quem mantém a função de bombeamento de sangue para todo o corpo durante esse período de parada é a máquina de circulação extracorpórea que, além da função do coração, também substitui as funções pulmonares durante todo o procedimento. Essa máquina é controlada por um profissional chamado perfusionista.

Cuidados pós-operatórios 

Os cuidados pós operatórios dos primeiros dias é feito em unidade de terapia intensiva. O paciente pode apresentar algumas complicações graves nesse período que necessitam de monitorização contínua, como sangramento e choque circulatório. Assim que o quadro se estabiliza, mais alguns dias de internação em enfermaria são necessários para ajuste de medicações para alta e orientações de cuidados com a ferida operatória.

Uma parte importante do cuidado pós-operatório é a orientação quanto à cicatrização do esterno. A maior parte das cirurgias cardíacas são feitas por esternotomia mediana, onde dividimos o osso esterno ao meio com uma serra. Ao final do procedimento, aproximamos os bordos do esterno com fios de aço, porém, a consolidação completa do osso ocorre dentro dos primeiros 3 meses. 

Portanto, nesses primeiros 3 meses, os pacientes devem ser orientados a não pegar peso, não dirigir e a dormir de barriga para cima, para ajudar no processo de consolidação óssea.

Tópico escrito pelo Dr. Matheus Gastaldo, especialista em cirurgia cardiovascular.

Quais são os tipos de Cirurgia Cardiovascular?

Alguns dos principais tipos incluem:

  • Revascularização do miocárdio (ponte de safena);
  • Reparo ou troca de válvulas cardíacas;
  • Cirurgia de aneurisma da aorta;
  • Cirurgia para correção de cardiopatias congênitas;
  • Implante de dispositivos cardíacos (marcapasso, desfibrilador);
  • Transplante cardíaco.

Quais são as áreas de atuação em cirurgia cardiovascular?

A Cirurgia Cardiovascular oferece diversas possibilidades de atuação, permitindo que o profissional escolha caminhos distintos conforme seus interesses:

  • Cirurgia cardíaca adulta: tratamento de doenças adquiridas, como obstruções coronarianas e problemas nas válvulas cardíacas;
  • Cirurgia cardíaca pediátrica: foco em cardiopatias congênitas, corrigindo malformações em recém-nascidos e crianças;
  • Cirurgia endovascular: procedimentos minimamente invasivos para tratar doenças dos vasos sanguíneos, como aneurismas e estenoses;
  • Transplante cardíaco e dispositivos de assistência ventricular: indicado para casos graves de insuficiência cardíaca;
  • Marcapasso e dispositivos cardíacos implantáveis: correção de arritmias por meio de implantes tecnológicos;
  • Pesquisa científica: desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e dispositivos médicos;
  • Docência: atuação em universidades e hospitais, formando novos cirurgiões;
  • Gestão hospitalar: coordenação de unidades cirúrgicas e UTIs;
  • Consultoria em tecnologia médica: colaboração com empresas de dispositivos cardiovasculares.

Como se tornar um cirurgião cardiovascular?

O caminho até a cirurgia vascular é longo, mas bem estruturado. Ele deve se iniciar com a graduação em medicina, a qual possui a duração de 6 anos. Após a formação em medicina, o próximo passo é realizar uma residência em cirurgia geral, com duração de 2 anos, pois é a residência de pré-requisito para, finalmente, chegar na residência em cirurgia cardiovascular, com duração de 5 anos.

Além disso, muitos profissionais também buscam subespecializações ou fellowships internacionais, aprofundando-se em áreas específicas, como transplante cardíaco ou cirurgia minimamente invasiva.

Quanto tempo dura a residência em Cirurgia Cardiovascular?

A residência em cirurgia cardiovascular tem duração de 5 anos e só pode ser acessada após a conclusão da residência em cirurgia geral. Ou seja, ao todo, o médico investirá pelo menos 7 anos em residência para se tornar cirurgião cardiovascular.

Durante a residência, o médico recebe treinamento intensivo, participando de cirurgias de alta complexidade, lidando com emergências cardiovasculares e aprendendo a dominar técnicas avançadas.

Quais são os pré-requisitos para essa residência?

Os principais pré-requisitos para ingressar na residência em cirurgia cardiovascular são:

  • Conclusão da residência em Cirurgia Geral credenciada pelo MEC.
  • Aprovação em um processo seletivo concorrido, que geralmente inclui prova teórica, análise curricular e entrevista.
  • Resiliência emocional, destreza manual e capacidade de trabalhar sob pressão – habilidades fundamentais para a especialidade.

Quanto ganha um cirurgião cardiovascular?

A remuneração de um cirurgião cardiovascular no Brasil varia conforme a experiência, a região de atuação e a carga horária. Em média:

  • Residente de Cirurgia Cardiovascular: cerca de R$4.000 a R$5.000 mensais (bolsa-residência).
  • Cirurgião cardiovascular em início de carreira: entre R$15.000 a R$25.000 por mês.
  • Profissionais consolidados: podem ultrapassar R$50.000 mensais, especialmente se atuarem em hospitais de grande porte, realizarem cirurgias particulares ou lecionarem em universidades.

Cirurgiões cardiovasculares que se destacam em centros de referência ou participam de pesquisas e inovações tecnológicas também tendem a ampliar seus rendimentos.

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