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O fígado é um dos órgãos mais complexos e essenciais do corpo humano, desempenhando funções vitais que vão desde o metabolismo até a desintoxicação. Para os residentes em medicina, compreender a anatomia e as técnicas cirúrgicas hepáticas é fundamental não apenas para o manejo de doenças hepáticas, mas também para procedimentos cirúrgicos que envolvem este órgão crucial. Por isso, vamos revisar alguns conceitos básicos dessa temática!
O fígado
O fígado é um órgão multifuncional localizado no quadrante superior direito do abdômen. Sua segmentação e vascularização complexas são fundamentais para a realização de cirurgias hepáticas seguras e eficazes. Claude Couinaud, um renomado anatomista, foi pioneiro na descrição da segmentação hepática moderna, comparando-a às zonas de Paris, o que revolucionou a abordagem cirúrgica do fígado.
Segmentação Hepática
A segmentação do fígado é baseada na divisão funcional do órgão em oito segmentos, numerados em sentido horário. Essa divisão é crucial para a realização de hepatectomias segmentares, permitindo a ressecção precisa de partes do fígado sem comprometer sua função global.
Veia Porta: Atua como a “linha do Equador”, dividindo o fígado em lobos superior e inferior.
Veias Supra-Hepáticas: Funcionam como “meridianos”, separando os segmentos hepáticos.
Linha de Cantlie: Uma linha imaginária que divide o fígado em lobos direito e esquerdo, seguindo a veia hepática média.
Anatomia Vascular
A vascularização do fígado é complexa, envolvendo tanto o suprimento arterial quanto o venoso.
Artéria Hepática: Responsável por 20% do suprimento sanguíneo, originando-se do tronco celíaco e se dividindo em artérias hepáticas direita e esquerda.
Veia Porta: Formada pela junção das veias esplênica e mesentérica superior, é responsável por 80% do suprimento sanguíneo do fígado.
Veias Hepáticas: Incluem as veias hepáticas direita, média e esquerda, que drenam o sangue do fígado para a veia cava inferior.
Abordagens Cirúrgicas
As técnicas cirúrgicas no fígado variam de acordo com a extensão da doença e a localização das lesões. As abordagens principais incluem:
- Hepatectomia: Pode ser realizada como uma ressecção direita ou esquerda, dependendo dos segmentos afetados. A hepatectomia direita envolve a remoção dos segmentos V, VI, VII e VIII, enquanto a esquerda remove os segmentos II, III e IV.
- Trissetorectomia: A trissetorectomia direita, ou hepatectomia direita estendida, inclui a remoção do lobo direito e do segmento IV.
- Setorectomia: Envolve a remoção de um setor específico do fígado, como a setorectomia posterior (segmentos VI e VII) ou a setorectomia lateral (segmentos II e III).
Considerações Cirúrgicas
A cirurgia hepática é desafiadora devido à alta vascularização do órgão e ao risco de sangramento significativo. A evolução das técnicas cirúrgicas, incluindo o uso de cirurgia robótica e laparoscópica, tem melhorado os desfechos cirúrgicos e reduzido a mortalidade associada.
Espaço de Couinaud: Um espaço avascular que serve como referência anatômica durante a cirurgia hepática.
Ligamento de Arantius e Ligamento Redondo: Estruturas anatômicas importantes que devem ser identificadas e preservadas durante a cirurgia.
Complicações e Manejo Pós-Operatório
As complicações pós-operatórias podem incluir sangramento, insuficiência hepática e infecções. O manejo eficaz dessas complicações é crucial para a recuperação do paciente. Podemos aplicar um cuidado prolongado por meio de:
- Monitoramento Pós-Operatório: Inclui a avaliação da função hepática, controle da dor e prevenção de infecções.
- Reabilitação: Envolve suporte nutricional e fisioterapia para promover a recuperação total do paciente.
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Resumindo
O conhecimento detalhado da anatomia e das técnicas cirúrgicas hepáticas é essencial para residentes em medicina, especialmente aqueles que se especializam em cirurgia geral ou hepatologia. A compreensão das complexidades anatômicas e a habilidade em técnicas cirúrgicas avançadas são fundamentais para o manejo eficaz das doenças hepáticas e para a realização de cirurgias seguras e bem-sucedidas.
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