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quinta-feira, 12 dezembro
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Conceitos Básicos sobre o trauma cervical: Entenda sobre suas especificidades 

Contextualizando 

O trauma cervical é considerado um dos mais danosos entre os tipos de trauma, já que acomete estruturas nobres. Os casos de trauma cervical correspondem a 5 a 10% do total e podem afetar os 5 principais sistemas:  vascular, respiratório, digestivo, neurológico/ósseo e endocrino. Embora não haja um consenso literário quanto às classificações, podemos citar como mais importante mecanismos de traumas: contuso e penetrante. Sendo assintomático, o mecanismo contuso é mais raro e geralmente associado a acidentes automobilísticos e enforcamento (raramente causa lesões graves, geralmente acomete a coluna cervical). Também assintomático, o mecanismo penetrante, mais estudado e conhecido, é associado a FAB ou FAF.

 A abordagem médica é feita por zonas e levando em conta se é ou não sintomático. 

Zonas de trauma 

Classificadas em 1, 2 e 3 de baixo para cima.

Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof.
  • Zona 1: fúrcula esternal até cartilagem cricóide 
  • Zona 2: cartilagem cricóide até ângulo da mandíbula 
  • Zona 3: ângulo da mandíbula até a base do crânio 

Sinais 

Diferenciados em sinais de emergência/gravidade e sintomas moderados, podem ser assim divididos:

De emergência Moderados 
Hemorragia incontrolável Hemorragia pequena
Hematoma em expansão ou pulsátil Hematoma não expansivo 
Hemoptise ou hematêmese massiva Hemoptise ou hematêmese pequena 
Choque Hipotensão responsivo a volume 
Insuficiência Respiratória Hipotensão responsiva a volume 
Déficit neurológico compatível com Isquemia Enfisema subcutâneo 
Ferida “soprante”Disfonia é Disgafia 

Conduta Médica 

Sempre iniciamos com a ordem de ação ABCDE/ATLS  para promover um controle de via aérea (principal intuito). Posteriormente, o manejo varia conforme zonas, sintomas e apresentação. 

De modo geral, os sinais de emergência nos guiam para uma intervenção cirúrgica e os sinais moderados a uma angioTC de triagem para definição melhor da conduta. Se a angiotomografia for inconclusiva, nos guiamos pelas zonas. 

  • Zona 1: investigar melhor, podemos abrir mão de angiograma, esofagograma, endoscopia, laringoscopia…
  • Zona 2: cirúrgico 
  • Zona 3: arteriografia 

O manejo cirúrgico não deve nunca explorar ferida fora do centro cirúrgico! Se for operar, devemos realizar uma cervicotomia ampla, acompanhando o ECM. Na zona I, o mais indicado é a esternotomia/toracotomia, na zona II a luxação de mandíbula e em casos de sangramentos profundos, passar por sonda Foley para tamponar sangramento até chegar no centro cirúrgico.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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