Dispepsia: Definição e Sinais de Alarme
A dispepsia é definida como um conjunto de sintomas relacionados à má digestão, incluindo dor epigástrica, plenitude pós-prandial, pirose, náuseas e vômitos. Devido a essa diversidade de os sinais de alarme precisam ser identificados de forma precoce, instigando uma investigação mais aprofundada, como a realização de uma endoscopia digestiva alta (EDA). Esses sinais incluem idade superior a 40-50 anos, história familiar de câncer gástrico, disfagia, vômitos recorrentes, presença de massa abdominal, anemia, sangramento gastrointestinal, perda de peso e linfonodomegalia palpável. A identificação desses sinais é crucial para diferenciar entre dispepsia funcional e condições mais graves.
Fisiologia Gástrica
Para entender plenamente o funcionamento da dispepsia, é primordial entendermos a fisiologia normal gástrica, explorando o papel das diferentes células presentes no estômago. No antro gástrico, as células G produzem gastrina, enquanto as células D produzem somatostatina. No corpo gástrico, as células parietais são responsáveis pela secreção de ácido, e as células ECL (enterocromafins-like) produzem histamina. A produção de ácido pelas células parietais é estimulada por gastrina, histamina e acetilcolina, enquanto a somatostatina atua como inibidor.
Outro fator primordial para o entendimento da patologia é as fases normais da digestão:
– A fase cefálica é iniciada pelo desejo de alimentos e é mediada principalmente pelo nervo vago, que estimula a secreção de gastrina.
– A fase gástrica envolve a distensão do estômago e a elevação do pH, estimulando as células G e inibindo as células D.
– Na fase intestinal, a presença de ácido no intestino estimula a liberação de enterogastronas, que modulam a secreção gástrica e a motilidade.
Patologia
A dispepsia pode ser causada por úlceras, H. pylori, parasitoses, intolerâncias, câncer, parasitoses, gastroparesia, medicamento e até pancreatite. Normalmente o paciente apresenta dusfagia, vômitos recorrentes, massa abdominal, anemia, sangramentos, perda ponderal e linfonodomegalia palpável. O tratamento é administrado conforme os achados, o que pode incluir o uso de Inibidores da Bomba de Prótons (IBPs).
IBP’s
Uma das formas de reduzir os sintomas é o uso de IBPs, medicamentos que bloqueiam a bomba de prótons nas células parietais, reduzindo a produção de ácido gástrico. Os IBPs são usados no tratamento de condições como úlceras gástricas, refluxo gastroesofágico e dispepsia. Exemplos de IBPs importantes incluem omeprazol, pantoprazol, rabeprazol, esomeprazole, lansoprazole dexlansoprazole, com doses variando de acordo com o medicamento e a condição a ser tratada.
Contudo, eles apresentam alguns potenciais efeitos adversos quando usados de modo prolongado, como o risco de desenvolvimento de pólipos gástricos, redução na absorção de cálcio, ferro, vitamina B12 e magnésio, além de um potencial aumento no risco de infecções como pneumonia e Clostridium difficile. Devido a essas condições, é destacada a necessidade de monitoramento cuidadoso e de avaliação dos riscos e benefícios do uso contínuo de IBPs.
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