Principais características dos Fatores de Risco, Diagnóstico e Tratamento
O câncer de mama é uma das neoplasias malignas mais comuns entre as mulheres, e sua compreensão detalhada é essencial para a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz. Por isso, o MedCof trouxe um resuminho para vocês, futuros residentes, sobre essa importante temática, embasado nas aulas ministradas pelos nossos professores especialistas!
Fatores de Risco
Os fatores de risco para o câncer de mama são variados e possui classificação em várias categorias:
- Sexo e Idade: O sexo feminino é o principal fator de risco, e a incidência aumenta com a idade avançada.
- Fatores Hormonais: Incluem menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade ou primeiro parto após os 35 anos, ausência de lactação e terapia de reposição hormonal (TRH).
- Hereditariedade: História familiar de câncer de mama, especialmente em parentes de primeiro grau, câncer de mama na pré-menopausa, casos em homens e câncer de ovário.
- Outros Fatores: Origem judaica Asquenazi, lesões proliferativas de alto risco, síndrome metabólica, obesidade e ingestão alcoólica. A atividade física regular pode reduzir o risco.
Diante dessa análise, podemos perceber que o câncer passa por diferentes estágios e apresenta diferentes gravidades. Então, vamos explorar algumas condições enfrentadas pelos pacientes quando diagnosticados com câncer de mama.
Carcinoma Ductal In Situ
O Carcinoma Ductal In Situ (CDIS) é uma lesão precursora do câncer de mama, caracterizada pela proliferação de células neoplásicas dentro dos ductos mamários sem a ruptura da membrana basal. Esta condição pode evoluir para câncer invasivo se não tratada, com um risco de 14% a 46% em 10 anos.
Diagnóstico
A maioria dos casos de CDIS tem diagnóstico através de exames de rastreamento, como mamografias, que frequentemente revelam microcalcificações irregulares. Preditores de lesão invasora incluem comedonecrose, lesões palpáveis e microcalcificações extensas (maiores que 4 cm).
Tratamento
O tratamento do CDIS geralmente envolve cirurgia, que pode ser uma setorectomia ou mastectomia, dependendo da extensão da lesão. A margem cirúrgica recomendada é de pelo menos 2mm. A biópsia do linfonodo sentinela não possui recomendação de rotina, mas pode ser considerada em pacientes de alto risco. A radioterapia tem indicação após a cirurgia em pacientes submetidas a setorectomia, reduzindo em 50% as recidivas locais. Para pacientes com receptores hormonais positivos, a hormonioterapia com tamoxifeno ou inibidores de aromatase é recomendada por um período padrão de 5 anos, visando reduzir a recidiva local e contralateral.
Doença de Paget
A Doença de Paget da mama é uma condição rara, representando 1 a 3% das neoplasias malignas de mama. Está frequentemente associada ao carcinoma invasor e ao CDIS, com uma alta prevalência de grau histológico elevado, receptor hormonal negativo e HER2 positivo.
Quadro Clínico
Os sintomas clínicos da Doença de Paget incluem prurido e eczema no mamilo, que podem evoluir para crostas e ulcerações. Em mais de 50% dos casos, há um nódulo associado.
Diagnóstico
O diagnóstico tem confirmação através de exame anatomopatológico, utilizando técnicas como punch ou core biopsy. Exames de imagem, como mamografia e ultrassonografia das mamas, também são utilizados para avaliar a extensão da doença.
Tratamento
O tratamento da Doença de Paget envolve a retirada da lesão com margem, que pode ser realizada através de setorectomia do setor central ou mastectomia, dependendo da extensão da doença.
Classificação e Estadiamento do Câncer de Mama
O câncer de mama tem classificação em diferentes subtipos com base em características histológicas e moleculares:
- Luminal A: Muito sensível à hormonioterapia, melhor prognóstico, mais comum (40%), positivo para RE/RP, negativo para HER2, Ki67 baixo (< 14%).
- Luminal B: Positivo para RE/RP, HER2 negativo, Ki67 > 14%.
- Luminal Híbrido (ou Luminal HER): RE/RP positivo, HER2 positivo, Ki67 qualquer.
- Triplo Negativo: RE/RP negativo, HER2 negativo, Ki67 qualquer.
- HER2 Positivo: RE/RP negativo, HER2 positivo, Ki67 qualquer.
O estadiamento do câncer de mama ocorre com base no sistema TNM (Tamanho do tumor, Linfonodos acometidos, Metástase). Este sistema ajuda a determinar a extensão da doença e a planejar o tratamento adequado.
Tratamento do Câncer de Mama
O tratamento do câncer de mama pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapias direcionadas, dependendo do tipo e estágio do tumor.
Cirurgia
A cirurgia pode envolver a remoção do tumor (setorectomia) ou a remoção completa da mama (mastectomia). A abordagem cirúrgica da axila pode incluir a biópsia do linfonodo sentinela ou a dissecção axilar, dependendo da extensão da doença.
Radioterapia
A radioterapia é frequentemente utilizada após a cirurgia para reduzir o risco de recidiva local. Tem realização em diferentes regimes, incluindo hipofracionamento e ultra-hipofracionamento.
Quimioterapia e Terapias Sistêmicas
A quimioterapia pode ser administrada antes (neoadjuvante) ou após (adjuvante) a cirurgia. Tumores luminais geralmente recebem hormonioterapia, enquanto tumores HER2 positivos recebem terapia anti-HER2. Tumores triplo negativos são tratados principalmente com quimioterapia, embora novas opções, como imunoterapia, estejam sendo exploradas.
Hormonioterapia
A hormonioterapia possui indicação para tumores que expressam receptores hormonais (RE/RP). Medicamentos como tamoxifeno e inibidores de aromatase são utilizados para reduzir o risco de recidiva.
Terapias Direcionadas
Para tumores HER2 positivos, terapias direcionadas como trastuzumabe, pertuzumabe e T-DM1 são utilizadas para melhorar o prognóstico.
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