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quinta-feira, 21 novembro
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Curiosidades da Síndrome Aórtica Aguda 

As síndromes aórticas agudas são condições em que há uma quebra da integridade da parede da aorta, com características semelhantes com evolução rápida e fatal, se não for tratado de maneira correta.  As principais manifestações são a dissecção de aorta (mais comum e relevante), hematoma intramural e úlcera penetrante.  

Manifestações

Dissecção de aorta 

Nesse caso há um “rasgo” na camada íntima da aorta. Por isso, o sangue penetra na camada média e empurra o flap de dissecção para o meio da aorta. Nessa condição há separação dos lumens em verdadeiro e falso.

Hematoma intramural

Ocorre um “vazamento” de sangue a baixas pressões para a camada média da aorta. Pode ser causada por ruptura do vaso vasorum ou microroturas da camada íntima. Nos exames de imagem, podemos perceber o lúmen com uma aparência preservada, mas há hematoma ao redor dele (já que se forma um trombo que “empurra” a camada mais externa da aorta para “fora”). 

Úlcera penetrante

Podemos identificar a ruptura da placa aterosclerotica na aorta que permite que sangue entre para a camada média da aorta. Entretanto, a cicatriz/fibrose decorrente da aterosclerose confina a coleção de sangue (gerando, normalmente, um hematoma intramural),  observável por imagem. Como está relacionada a ruptura de placa aterosclerotica, acomete mais pacientes idosos e com fatores de risco cardiovascular. 

Curiosidades sobre o Quadro Clínico 

Como a dissecção de aorta é a principal manifestação, identificamos uma dor abrupta excruciante no tórax ou no dorso (90% dos casos),  caracterizada pelos pacientes como afiada ou como um rasgo. Os sinais associados incluem náusea, vômito, sudorese, síncope, interrupção transitória do fluxo sanguíneo para a vasculatura cerebral, hipovolemia,  tônus vagal excessivo, arritmias e sintomas neurológicos.  

Como fazer o exame físico 

Para um melhor direcionamento de como proceder, o exame físico deve iniciar pela procura ativa nos pacientes com queixa de dor torácica aguda algum vestígio de sopro de insuficiência. Logo após, investigamos a hipertensão refratária, hipotensão (por tamponamento cardíaco ou hipovolemia). Em todos os pacientes com essa dor, deve-se aferir a Pressão Arterial nos 4 membros (já que há 20 mmHg ou mais de diferença na PAS dos membros superiores quando há dissecção de aorta).

Avaliação do paciente

Utiliza-se o escore de Risco ADD-RS para avaliar o risco do paciente ter dissecção aórtica, levando em consideração 3 parâmetros: fatores de risco, característica da dor e exame físico.

Fatores de risco Característica da dor Exame físico 
MarfanDor torácica, abdominal  em dorsoSopro novo de IAo
Hx familiar de dissecçãoDor abrupta, de forte intensidade ou rasgando  Diferença de pulsos
Manipulação recente de aortaSinais neurológicos focais
Aneurisma de aortaChoque/hipotensão 
Valvulopatía aórtica

 Se o diagnóstico for definitivo e o paciente estiver estável, podemos seguir com a angiotomografia de aorta total. Se o paciente estiver instável, o ecocardiograma (preferencialmente transesofágico) pode nos ajudar a avaliar os sinais de instabilidade (como dor torácica, hipotens

1- Radiografia do tórax identificando alargamento mediastinal
2 – Ecocardiograma com flap de dissecção 
3 – Angiotomografia com flap de dissecção na aorta descendente e ascendente 
4 – Angiotomografia com flap de aorta ascendente e derrame pericárdico. 
Fonte: Radiopedia

Possíveis classificações da Dissecção 

Existem dois tipos de classificações para a dissecção de aorta: Stanford e Bakey.

  • STANFORD: Essa é a classificação mais importante a ser memorizada, pois pode guiar a conduta médica. Dividido em tipos A (quando há acometimento da aorta ascendente) e B (quando não há acometimento da aorta ascendente). 
  • BAKEY: Essa classificação pode ser dividida em tipo I (com acometimento da aorta ascendente e descendente), tipo II (com acometimento somente da aorta ascendente), tipo IIIa (com acometimento da aorta descendente limitada pelo diafragma) e IIIb (com acometimento da aorta descendente que ultrapassa o limite do diafragma).

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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