Dentre os vários tipos de câncer que existem, o de colo de útero é um dos que atingem mais severamente as mulheres. Além da malignidade dessa condição, ela também é recorrente em provas de residência médica, principalmente para Ginecologia e Obstetrícia. Logo, preparamos um resuminho sobre esse importante tema para você relembrar pontos cruciais que caem nas questões de prova e favorecem uma boa prática médica.
Diagnóstico, Tratamento e Prevenção
O câncer de colo de útero é uma das neoplasias ginecológicas mais comuns no Brasil, com uma prevalência significativa, embora tenha diminuído devido ao aumento da cobertura de rastreamento e vacinação contra o HPV. Então, vamos abordar os principais aspectos relacionados ao diagnóstico, estadiamento, tratamento e prevenção do câncer de colo de útero, conforme aulas e documentos disponibilizados por nossos professores especialistas.
Tipos Histológicos
Os tipos histológicos mais frequentes de câncer de colo de útero são o carcinoma de células escamosas (CEC) e o adenocarcinoma. O CEC é o mais prevalente, representando cerca de 80% dos casos no Brasil, e é frequentemente precedido por neoplasia intraepitelial cervical (NIC). O adenocarcinoma, por sua vez, é mais comum em países desenvolvidos, representando aproximadamente 15% dos casos. Outros tipos menos comuns incluem o carcinoma adenoescamoso e o carcinoma neuroendócrino.
Fatores de Risco
Os principais fatores de risco para o câncer de colo de útero incluem a infecção pelo HPV de alto risco (especialmente os subtipos 16 e 18), tabagismo, imunossupressão, início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros sexuais, outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), uso prolongado de anticoncepcionais orais e baixo nível socioeconômico, que está associado a menor cobertura de rastreamento e vacinação.
Rastreamento
O rastreamento do câncer de colo de útero ocorre principalmente através do exame de Papanicolau (citologia oncótica). Recomenda-se este exame para mulheres entre 25 e 64 anos que já iniciaram a vida sexual. A periodicidade recomendada é anual, e após dois exames consecutivos normais, o rastreamento pode ser realizado a cada três anos. Para gestantes, a recomendação é a mesma que para não gestantes, e faz parte do pré-natal. Mulheres histerectomizadas são dispensadas do rastreamento, exceto se a histerectomia foi subtotal ou realizada devido a NIC ou câncer de colo. Mulheres imunossuprimidas devem iniciar o rastreamento semestral após o início da atividade sexual, e anual após o primeiro ano. Para mulheres HIV positivas com contagem de linfócitos CD4 abaixo de 200 células/mm³, o rastreamento semestral deve ser mantido.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de colo de útero ocorre através de biópsia. Os sintomas geralmente são tardios e incluem sangramento uterino anormal, sinusorragia, corrimento vaginal, dor pélvica, dispareunia e insuficiência renal. O exame físico inclui a palpação de linfonodos, exame especular, toque vaginal e toque retal. Lesões microscópicas no colo do útero podem ser diagnosticadas através de exérese de zona de transformação (EZT) ou conização.
Estadiamento
O estadiamento do câncer de colo de útero realiza-se através de exame físico e exames de imagem. A ressonância magnética (RNM) é utilizada para avaliar a relação do tumor com as paredes pélvicas, paramétrio e estruturas vizinhas. A tomografia computadorizada (TC) é utilizada para avaliar o comprometimento linfonodal, carcinomatose e lesões em órgãos como baço, fígado e tórax. Em locais onde a TC não está disponível, radiografias contrastadas ou enemas baritados podem ser utilizados.
Tratamento
O tratamento do câncer de colo de útero varia conforme o estágio da doença:
- Estágio IA1 (microinvasivo): Conização com margens livres ou histerectomia complementar se a prole estiver constituída.
- Estágios IA1 com invasão vascular, IA2, IB1, IB2, IIA1: Histerectomia radical com colpectomia superior e linfadenectomia pélvica.
- Desejo reprodutivo até IB1: Traquelectomia radical com pesquisa de linfonodo sentinela e/ou linfadenectomia pélvica.
- Estágios IB3, IIA2, IIB a IVA (carcinomas localmente avançados): Quimioterapia e radioterapia (radioterapia externa + braquiterapia). Indica-se cirurgia apenas após evidência de doença persistente.
- Estágio IVB (metastático): Quimioterapia paliativa e radioterapia para recidiva central não previamente irradiada ou para paliar sintomas.
- Casos de recidiva ou persistência da doença: Radioterapia se não foi realizada previamente. Em casos com radioterapia prévia, pode indicar exenteração pélvica.
Seguimento
O seguimento após o tratamento inclui exame físico trimestral no primeiro ano, quadrimestral no segundo ano e semestral do terceiro ao quinto ano. Exames de imagem são realizados conforme necessário para monitorar a recidiva da doença.
Concluindo…
O câncer de colo de útero é uma condição grave, mas prevenível e tratável se diagnosticada precocemente. A conscientização sobre os fatores de risco, a importância do rastreamento regular e a adesão ao tratamento adequado são fundamentais para melhorar o prognóstico das pacientes. A vacinação contra o HPV e o acesso a exames de rastreamento são medidas essenciais para a prevenção desta doença. As questões que abordam essa temática encontram-se diretamente em nossa plataforma QBank.
O método que te aprova!
Quer alcançar a aprovação nas provas de residência médica? Então seja um MedCoffer! Aqui te ajudaremos na busca da aprovação com conteúdos de qualidade e uma metodologia que já aprovou mais de 10 mil residentes no país! Por fim, acesse o nosso canal do youtube para ver o nosso material, como nosso COFEXPRESS!