Quando a paciente chega com a reclamação de dor nessa região, devemos identificar corretamente os sinais e sintomas associados para um diagnóstico correto: dor pélvica é qualquer desconforto sentido na parte inferior do abdômen, abaixo do umbigo. Ela pode ocorrer devido a cólicas menstruais (quando ela se queixa de dor intensa mas não crônica), infecções urinárias (dores maiores durante a micção), doenças inflamatórias pélvicas (principalmente nas partes superiores do sistema reprodutivo), endometriose (com sinais associados, como fluxo exacerbado), cistos ovarianos e apendicite.
Dentre essas causas, a Doença Inflamatória Pélvica é uma das mais sérias, pois influencia na fertilidade da mulher, ainda assim, é evitável. Por isso, vamos explorar mais um pouco dela!
Conceitos-chave
São infecções sexualmente transmissíveis de caráter ascendente. Elas se iniciam sendo uma cervicite, endometrite, salpingite ooforite e, então, peritonite.
Vários podem ser os agentes etiológicos, como Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae-gonococo e outros. Na dúvida de qual agente, é preciso, ainda assim, começar o brevemente possível o tratamento!
As principais repercussões podem se divertir em tardias ou agudas:
- Tardias: infertilidade (redução da motilidade tubária),maior risco de gestação ectópica e dor pélvica crônica.
- Agudas: abscesso tubo-ovariano.
Diagnóstico
Nesses casos, o diagnóstico é clínico! Para confirmação, são necessários todos os critérios maiores + 1 critério adicional.
Maiores | Menores |
Dor pélvica | Febre |
Dor em região anexial | Secreçãovaginal patológica |
Dor à mobilização do colo uterino | Marcadores inflamatórios aumentados leucocitoses |
Agentes etiológicos isolados em secreção endocervical |
Outros sintomas relacionados que podem ser citados são dispareunia escapes, aumento do fluxo (endometrite) e disúria (uretrite).
Para estabelecimento de maiores detalhes, realiza-se os exames de imagem (USG transvaginal ou RM pelve), biópsia endometrial com endometrite e laparoscopia com sinais de infecção pélvica. Cólicas menstruais: Dor intensa durante a menstruação.
As imagens podem mostrar espessamento da parede tubária (maior que 5mm), acúmulo de líquidos nas tubas, sinais de roda dentada, septos intra-tubários e abscesso tubo-ovariano.
Critérios de Avaliação Da Gravidade
A avaliação inicial da paciente deve incluir o exame dos sinais vitais e estado geral, procurar sinais de sepse e exames na região do abdome (busca por sinais de peritonite). Alguns sinais mais específicos: corrimento vaginal purulento, dor à mobilização do colo e toque vaginal, infecções urinárias e infecção do trato urinário.
Critérios Avaliados | |
LEVE | Ausência de sinais de infecção sistêmica ou sepse; Ausência de sinais de peritonite ou massa anexial |
COMPLICADA | avaliação de leucocitose e inflamações; identificação do agente etiológico em diagnóstico diferencial (laparoscopia, urocultura e USG transvaginal) |
Em casos de DIP complicada com abscesso, gestação, imunossupressão, instabilidade hemodinâmica e dúvida diagnóstica, precisa ocorrer a internação da paciente!
Tratamento
Possui um tratamento específico a cada infecção descoberta, mas quando em dúvida, a antibioticoterapia ocorre com Ceftriaxone e Doxiciclina ou Azitromicina e Metronidazol (não obrigatório). Em casos complicados, o tratamento é hospitalar, com combinação de antibióticos por pelo menos 14 dias. Se a paciente tiver abscesso tubo-ovariano, é preciso promover cobertura de anaeróbios. Sem melhoras, é preciso drená-los!
Como são doenças obtidas por meio de relações sexuais, o tratamento do parceiro é, também, essencial!
Seja um MedCoffer
Quer garantir a sua aprovação nas provas de residência médica? Então, conheça o Grupo MedCof! Aqui temos conteúdos de qualidade e especialistas que te ajudarão a alcançar a aprovação.