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Endocardite Infecciosa: Atualização dos critérios de Duke

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Endocardite Infecciosa: Fique por dentro da mais nova atualização dos critérios de Duke.

A publicação da nova atualização dos critérios modificados de Duke para Endocardite Infecciosa ocorreu há poucos dias. Portanto, não deixe de ler esse post e fique por dentro dessa novidade que pode cair na sua prova.

Endocardite Infecciosa: aspectos gerais

A endocardite infecciosa (EI) é uma infecção das válvulas cardíacas ou do endocárdio mural, podendo provocar sopros cardíacos, petéquias, anemia, febre, fenômenos embólicos e vegetações endocárdicas.

Dessa forma, apesar da EI ser muitas vezes um grande desafio diagnóstico, devido ao quadro potencialmente fatal, ela exige um diagnóstico e tratamento imediatos. Sendo assim, os Critérios de Duke Modificados são utilizados há muito tempo para o diagnóstico de EI, que se baseiam em achados clínicos, ecocardiográficos e bacteriológicos.

No entanto, em 2023, um esforço colaborativo entre a Duke University e a Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas Cardiovasculares (ISCVID) levou ao desenvolvimento dos Critérios Duke-ISCVID atualizados, aprimorando a precisão do diagnóstico de EI.

Critérios de Duke Modificado

Desse modo, os critérios de Duke modificado baseia o diagnóstico de EI a partir da avaliação da presença de critérios menores e maiores.

🚨 FIQUE DE OLHO! Os critérios de Duke são sugestivos quando temos:

  • 2 critérios maiores;
  • 1 critério maior e 3 critérios menores;
  • 5 critérios menores

Critérios maiores

  • Microrganismo típico para EI de duas hemoculturas isoladas: Streptococcus viridans, Streptococcus bovis, grupo HACEK ou Staphylococcus aureus e Enterococcus sp, adquiridos na comunidade em ausência de foco primário;
  • Microrganismo compatível com EI isolados em hemoculturas persistentemente positivas;
  • Única cultura ou sorologia positiva (IgG>1:800) para Coxiella burnetii;
  • Ecocardiograma com evidências de endocardite. Três achados possíveis: massa intracardíaca oscilante ecogênica em local de lesão endocárdica, abcesso perivalvar e nova deiscência em válvula protética.

Critérios menores

  • Novo sopro regurgitante (aumento ou mudança em regurgitações já existentes não tem valor);
  • Fator predisponente para EI. Como exemplo, pode-se citar o uso de drogas injetáveis ou doença cardiovascular predisponente;
  • Febre acima de 38°C;
  • Fenômenos vasculares, como: embolia arterial, infarto pulmonar, aneurisma micótico, sangramento intracraniano, hemorragia conjuntiva, lesões de Janeway (com exceção de petéquias e outras hemorragias);
  • Fenômenos imunológicos, como presença de fator reumatoide, glomerulonefrite, nódulo de Osler ou manchas de Roth;
  • Hemocultura positiva, que não atenda um critério maior, ou evidência sorológica de infecção ativa com organismo consistente com endocardite (excluindo estafilococo coagulase negativo e outros contaminantes).

Atualizações dos Critérios Duke-ISCVID 2023

1. Expansão das evidências microbiológicas:

Os critérios agora reconhecem o crescente espectro de patógenos que causam EI, incluindo organismos raros e fastidiosos (S. lugdunesis, E.faecalis, Strptococco sp., Granulicatella spp; Abiotrphia spp. Gemella spp). Além de ser removido o requisito de tempo de punções separadas por > 12h).

2. Integração de novas modalidades de imagem:

Como ecocardiografia transesofágica (ETE) e tomografia computadorizada/tomografia por emissão de pósitrons 18F-fluorodesoxiglicose (18F-FDG PET/TC), melhoraram significativamente a visualização de estruturas cardíacas infectadas e complicações extracardíacas.

3. Inclusão de infecções de válvulas protéticas:

Reconhecendo os desafios no diagnóstico de infecções de válvulas protéticas, os critérios atualizados agora oferecem diretrizes específicas para sua avaliação. Sendo assim, a diferenciação entre infecção e outras causas de disfunção da prótese é crucial para uma intervenção oportuna, e os critérios Duke-ISCVID fornecem uma abordagem padronizada.

4. Adicionado critério cirúrgico:

Presença de inspeção perioperatória com evidência de EI;

5. Incorporação de biomarcadores:

Vários biomarcadores, como a proteína C-reativa (CRP) e a procalcitonina (PCT), provaram ser úteis no diagnóstico de EI e no monitoramento da resposta ao tratamento. Assim, os critérios Duke-ISCVID endossam a medição desses biomarcadores para auxiliar no diagnóstico, estratificação de risco e acompanhamento de pacientes com suspeita ou confirmação de EI.

Portanto, confira aqui a tabela de mudanças disponibilizadas no artigo:

Endocardite Infecciosa: Atualização dos critérios de Duke.

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Fonte: FOWLER, et al. 2023

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