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sexta-feira, 31 janeiro
InícioGinecologia e ObstetríciaGravidez na Adolescência: possíveis consequências na saúde mental da jovem

Gravidez na Adolescência: possíveis consequências na saúde mental da jovem

A gestação e o período pós-parto são fases críticas na vida de uma mulher, marcadas por intensas transformações físicas, emocionais e sociais. Quando a gravidez coincide com a adolescência, há maior vulnerabilidade na saúde das mães jovens e na do recém nascido, já que o organismo da jovem como um todo, não está preparado para a gestação e o RN é totalmente dependente da mãe. Durante esse tempo de desenvolvimento do feto, a saúde mental materna pode ser significativamente impactada, levando ao desenvolvimento de distúrbios psiquiátricos que afetam não apenas a mãe, mas também a relação mãe-filho e o desenvolvimento da criança.

Por isso, a primeira semana de Fevereiro é marcada como a Semana de Prevenção à Gravidez na Adolescência, nos lembrando da importância de dominar diversos conhecimentos na Residência de Obstetrícia, como os principais distúrbios psiquiátricos que podem ocorrer durante a gestação e o puerpério a todas as gestantes, mas principalmente aquelas mais jovens e não funcionalmente preparadas para gerar. Então, vamos lembrar conceitos cruciais acerca dessa temática, a fim de melhorar nosso cuidado médico!

Fonte: Filme “Juno” https://pin.it/5pgF6EcrV

Introdução

A saúde mental materna é um aspecto crucial do cuidado obstétrico, com cerca de 25-35% das mulheres desenvolvendo sintomas depressivos durante a gravidez. Os distúrbios psiquiátricos nesse período não são homogêneos e podem variar de leves a graves, exigindo uma abordagem cuidadosa e individualizada.

Depressão Maior na Gestação

Etiopatogenia e Fatores de Risco

A depressão maior durante a gestação ainda carece de uma etiopatogenia clara, mas acredita-se que a desregulação dos neurotransmissores, aliada a fatores estressantes, desempenhe um papel crucial. Fatores de risco incluem:

  • História prévia de depressão
  • Histórico familiar de doenças psiquiátricas
  • Complicações obstétricas passadas
  • Fatores socioeconômicos adversos

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico baseia-se nos critérios do DSM-V, que requerem a presença de cinco ou mais sintomas por pelo menos duas semanas, incluindo humor deprimido ou perda de interesse. O tratamento pode incluir psicoterapia e, em casos moderados a graves, intervenção farmacológica com ISRSs (Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina) como primeira linha.

Blues Puerperal

O blues puerperal é o distúrbio psiquiátrico mais comum no período pós-parto, afetando 40-80% das mulheres. Caracteriza-se por sintomas leves e transitórios de depressão, como choro fácil e irritabilidade, que geralmente melhoram em 10-14 dias.

Fonte: https://pin.it/7tVIvoZVD 

Fatores de Risco e Manejo

Fatores de risco incluem histórico de depressão e estresse relacionado aos cuidados com o recém-nascido. O manejo é principalmente conservador, com suporte psicossocial e auxílio familiar.

Depressão Pós-Parto

A depressão pós-parto é um episódio depressivo maior que se inicia geralmente entre a terceira e quarta semana do puerpério, atingindo pico em seis meses. É importante diferenciar os sintomas da depressão pós-parto dos ajustes normais do pós-parto.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico é frequentemente feito usando a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo. O tratamento envolve psicoterapia e, quando necessário, antidepressivos. É crucial considerar que todas as drogas antidepressivas são excretadas no leite materno, exigindo uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios.

Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo.
Fonte: https://www.scielo.br/j/rbp/a/PkHvnnVVy4X9SssRV3nPWWj/ 

Psicose Puerperal

A psicose puerperal é a forma mais grave de distúrbio psiquiátrico no pós-parto, com início precoce, geralmente dentro de três semanas após o parto. Manifesta-se com sintomas psicóticos, como delírios e alucinações, e requer intervenção imediata.

Tratamento

O tratamento é uma urgência médica, frequentemente necessitando de internação hospitalar. A terapêutica inclui antipsicóticos e, em alguns casos, eletroconvulsoterapia. A amamentação é contraindicada devido ao risco de infanticídio.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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