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Guia básico sobre Monitoração de Anestesias para residentes

Monitoração em anestesias 

  • Profundidade Anestésica; 
  • Junção Neuromuscular; 
  • Capnografia;
  •  Oximetria.

A monitoração durante a anestesia é um aspecto crítico para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes. Por isso, resumimos alguns aspectos chaves para analisar durante a monitorização de um paciente anestesiado, incluindo profundidade anestésica, junção neuromuscular, capnografia e oximetria. Com base nas aulas dos nossos profesores especialistas, exploramos esses tópicos recorrentes em provas, destacando as principais técnicas e parâmetros utilizados. Confira!

Profundidade Anestésica

A profundidade anestésica refere-se ao grau de hipnose ou sedação de um paciente durante um procedimento cirúrgico. Monitores como CONOX, SedLine e BIS (Índice Bispectral) utilizam-se para avaliar a profundidade da anestesia. Esses dispositivos fornecem uma pontuação numérica que ajuda a determinar o nível de consciência do paciente.

  • BIS (Índice Bispectral): O BIS é um valor derivado do EEG (eletroencefalograma) que varia de 0 a 100. Valores entre 40 e 60 são considerados ideais para anestesia geral, indicando um estado de hipnose adequado. Quanto maior o BIS, mais acordado está o paciente; quanto menor o BIS, maior é o nível de hipnose.
  • EEG e Espectrograma: O EEG simplificado, utilizado em monitores como BIS, CONOX e SedLine, avalia os níveis de administração de anestésicos. O espectrograma analisa as respostas a diferentes drogas utilizadas durante a anestesia.

Junção Neuromuscular

A monitoração da junção neuromuscular é crucial para avaliar o nível de relaxamento muscular do paciente anestesiado. O método mais comum é o TOF (Train of Four), que utiliza um estimulador de nervos periféricos para medir a resposta muscular.

  • TOF: O TOF envolve a aplicação de quatro estímulos elétricos rápidos e a observação das respostas musculares. A relação T4/T1 é utilizada para avaliar a reversão do bloqueio neuromuscular. Valores acima de 90% (0,9) indicam uma reversão adequada.
  • Intensidade do Bloqueio: A intensidade do bloqueio neuromuscular pode ser classificada em diferentes níveis, desde bloqueio completo até recuperação aceitável. A contagem pós-tetânica e a resposta TOF são utilizadas para determinar a profundidade do bloqueio.

Capnografia

A capnografia é a monitoração contínua da concentração de dióxido de carbono (CO2) expirado. É uma ferramenta essencial para avaliar a ventilação do paciente e o sucesso da intubação orotraqueal.

  • Curva de Capnografia: A curva de capnografia fornece informações sobre diferentes fases da respiração. A presença da curva é o melhor parâmetro para confirmar a intubação correta. Diferentes padrões de curva podem indicar situações clínicas distintas, como intubação esofágica ou broncoespasmo.

Fases da Capnografia:

  •   I: Início da expiração, sem observação de CO2.
  •   II: Saída de ar das vias aéreas superiores.
  •   III: Saída de ar alveolar.
  •   0: Início da inspiração.

Oximetria

A oximetria de pulso é uma técnica não invasiva que mede a saturação de oxigênio no sangue. É um parâmetro vital para monitorizar a oxigenação do paciente durante a anestesia.

Fatores que Alteram a Oximetria: Vários fatores podem afetar a precisão da oximetria de pulso, incluindo hipoperfusão, hipotermia, esmalte nas unhas, infusão de contrastes e uso de bisturi elétrico.

Monitoração Multiparamétrica

A monitorização multiparamétrica envolve a avaliação de vários sinais vitais simultaneamente, incluindo cardioscopia, oximetria de pulso e pressão arterial não invasiva.

  • Cardioscopia: As derivações mais sensíveis para visualização de isquemia são V4 e V5, enquanto a derivação V1 é mais adequada para detectar arritmias;
  • Pressão Arterial Não Invasiva: A pressão arterial é medida utilizando um manguito colocado aproximadamente 2-3 cm acima da fossa antecubital. O tamanho do manguito pode influenciar os valores medidos.

Lei de Poiseuille

A Lei de Poiseuille é fundamental para entender o fluxo laminar em acessos venosos periféricos. O fluxo é diretamente proporcional ao raio do cateter e inversamente proporcional ao comprimento. Portanto, cateteres com maior raio e menor comprimento proporcionam um fluxo maior. 

  • Jelcos: Os jelcos são cateteres com numerações padronizadas. Jelcos com numerações maiores (22G, 24G) são menos calibrosos que aqueles com numerações menores (14G, 16G, 18G).

Coagulação e Tromboelastograma

A monitoração da coagulação é essencial para avaliar a hemostasia durante a cirurgia. O tromboelastograma é um teste viscoelástico que avalia a formação e a estabilidade do coágulo.

  • Tempo de Formação do Coágulo (CT): Um CT aumentado pode indicar a necessidade de reposição com complexo protrombínico.
  • Ângulo Alfa: Reflete a quantidade de fibrinogênio disponível. Um ângulo menor sugere deficiência de fibrinogênio.
  • Amplitude Máxima: Indicador de disfunção plaquetária.
  • Porcentagem Estimada de Lise (EPL): Avalia a lise plaquetária, indicando a necessidade de intervenção com transamin.

Resumindo…

A monitoração em anestesia é um campo complexo e multifacetado que envolve a avaliação contínua de vários parâmetros fisiológicos. A utilização de tecnologias avançadas como BIS, TOF, capnografia e oximetria, juntamente com a compreensão de princípios fundamentais como a Lei de Poiseuille, é essencial para garantir a segurança e a eficácia dos procedimentos anestésicos. A atenção meticulosa a esses detalhes permite uma gestão mais precisa e personalizada da anestesia, contribuindo para melhores resultados clínicos e maior segurança do paciente. Essas dicas auxiliam tanto na prática médica, quanto na resolução de questões para provas de residência. Então não perca nenhuma edição do nosso Blog e seja agora mesmo um MedCoffer!

Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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