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quarta-feira, 13 novembro
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Hemorragia no Pós-parto: etiologia e tratamento

Contextualizando 

A hemorragia pós-parto é a causa de até 25% do total de óbitos materno no mundo. Além disso, a morbidade é bastante elevada nas pacientes sobreviventes, por isso ela é incluída na Estratégia Zero Morte Materna da OPAS/OMS.

Consideramos como hemorragia a perda sanguínea acima de 500mL em partos cenários e 1000mL em partos cenários, no intervalo de 24h. Ainda, pode ser identificada como qualquer perda que resulte em instabilidade hemodinâmica na paciente

Classificação 

  1. Primária 

Surge nas primeiras 24 horas após o parto, sendo caracterizada por atonia uterina (causa mais comum), lacerações do canal de parto, retenção placentária e inversão/rotura uterinas. Esse tipo está muito relacionado ao surgimento de coagulopatias (congênitas ou adquiridas).

  1. Secundária 

Esse tipo surge depois de 24 horas e até 6 a 12 semanas após o parto. Ele é caracterizado pela presença de restos placentários, endometriose, subinvolução e doença trofoblástica gestacional. 

Etiologia 

Para investigarmos a causa da hemorragia, usamos o mnemônico dos 4Ts: Trauma, Tônus, Tecido, Tombini. 

4 T’sCausa específica 
Tônus Atonia uterina. 
Trauma Laceração, hematoma, inversão e rotura uterina. 
TecidoRetenção de tecido, placentário, coágulos, acréscimo placentário.
Trombina Coagulopatias congênitas ou adquiridas, uso de medicamentos anticoagulantes.

Um detalhe importante é que o controle do sítio de sangramento puerperal deve ser realizado dentro da 1° hora a partir do seu diagnóstico. A demora do sítio cirúrgico está associada ao aparecimento da tríade letal: 

  • Hipotermia;
  • Coagulopatia;
  • Acidose metabólica.  

Tratamento 

Existem medidas que devem ser feitas para todas as pacientes, independente da etiologia, de forma imediata. Todavia, outras devem ser focadas no foco da hemorragia e controlá-lo o mais rápido possível.

  • Medicamentoso

Consiste no uso de uterotônicos (como ocitocina, derivados de ergotamina e misoprostol) para combater a atonia e no uso de antifibrinolíticos (como ácido tranexâmico) como terapia coadjuvante. 

  • Invasivo não cirúrgico 

Por meio de compressões uterinas bianual (por manobra de Hamilton ou balão de tamponamento intrauterino). Contudo, o balão de tamponamento só pode ser utilizado por no máximo 24h, preenchido preferencialmente com líquidos aquecidos (para evitar hipotermia) e retirado de forma gradual. 

Fonte: Acervo de aulas do Grupo MedCof 
  • Invasivo cirúrgico 

Os principais cuidados tomados são a sutura compressiva de B-lynch e as suturas compressivas (Hayman e Cho). Além disso, podemos fazer a ligadura das artérias uterinas, ovarianas e hipogástricas (isoladas ou em sequência) para parar o sangramento. 

Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof.

A cirurgia de controle de danos tem o objetivo principal a coagulopatia e o distúrbio ácido-base, além de conter a hipotermia. A correção definitiva, normalmente, ocorre em 2 a 5 dias após o procedimento, quando a paciente já se encontra estável.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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