A hepatologia é a especialidade médica dedicada ao estudo e tratamento do fígado, vesícula biliar e vias biliares. Hepatologistas diagnosticam e tratam condições como hepatites e cirrose. Procurar um especialista é crucial ao apresentar sintomas como icterícia, dores abdominais ou resultados anormais em exames hepáticos. Entenda a seguir!
O que é Hepatologia?
A Hepatologia é uma subespecialidade da Gastroenterologia, que estuda o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas. Atua prevenindo, diagnosticando e tratando doenças e condições médicas que possam afetar o fígado.
O que faz um hepatologista?
O hepatologista aborda doenças e condições médicas como a cirrose, e esteatose hepática (também chamada de “fígado gorduroso”), a doença de Wilson, a hemocromatose, as hepatites A, B, C e D, a hepatite autoimune e também a hepatite causada pelo uso incorreto de medicamentos. Em uma consulta, o hepatologista pode solicitar exames de sangue, tomografia, ressonância magnética, ultrassom e biópsias para ter um diagnóstico mais preciso.
Quando se deve ir a um hepatologista?
Pode ser necessário procurar um hepatologista quando notar sintomas que indicam quaisquer alterações no fígado, como diferença na coloração das fezes e dores de cabeça frequentes. Além disso, sintomas como pele e olhos amarelados e urina escura podem indicar problemas na vesícula ou no pâncreas, que pode ser tratado por um hepatologista.
Quais doenças o hepatologista trata?
Como mencionado anteriormente, o hepatologista diagnostica e trata doenças no fígado, pâncreas e vesícula biliar. Veja quais são:
Hepatites
As hepatites são inflamações no fígado, classificadas de A a E, sendo as hepatites virais (A, B e C) as mais comuns.
- Hepatite A: inflamação adquirida por meio de água e alimentos contaminados;
- Hepatite B: pode ser transmitida verticalmente (da mãe para o bebê na gestação ou pré-parto), parenteral (por meio de sangue contaminado) ou sexual (Infecção Sexualmente Transmissível);
- Hepatite C: transmitida principalmente pelo contato com sangue contaminado;
- Hepatite D: enfermidade crônica, que acomete apenas pacientes infectados pelo vírus da hepatite B;
- Hepatite E: transmitido pela água ou por alimentos contaminados com matéria fecal.
Cirrose hepática
É uma doença que se forma pela substituição do tecido normal do órgão por nódulos e tecido fibroso, uma espécie de cicatrização do fígado, que ocorre após anos de agressões ao fígado, o que atrapalha seu funcionamento. Pode ser causada pelo abuso excessivo de álcool, pelas hepatites virais e pela gordura do fígado. O principal tratamento é a eliminação do consumo de álcool, o controle e redução de peso e controle da diabetes.
Esteatose hepática (gordura no fígado)
A esteatose é a gordura no fígado, que pode ser causada pelo consumo frequente de álcool e acúmulo de gordura corporal causada pelo colesterol alto, sedentarismo, obesidade e diabetes. O tratamento envolve mudanças no estilo de vida, como perda de peso, dieta saudável, exercícios físicos regulares e redução do consumo de álcool.
Insuficiência hepática
A Insuficiência hepática é uma condição que ocorre quando o fígado está danificado e não tem um bom funcionamento. Podendo ser aguda, ocorrendo em poucos dias, ou crônica que leva anos para manifestar. Os sintomas incluem icterícia, cansaço ou fraqueza, perda de apetite e urina escura. O tratamento envolve o controle do consumo de proteína, a limitação de sódio na dieta, a interrupção completa do consumo de bebidas alcoólicas e o tratamento da causa, também podendo ocorrer transplante de fígado em casos mais graves. No caso da insuficiência hepática aguda, o tratamento ocorre imediatamente.
Câncer de fígado
Caracteriza-se como um tumor que se desenvolve no fígado, também podendo ter origem em outro órgão. Existem alguns tipos de cânceres de fígado, como:
- Hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular, é o tipo mais comum de câncer de fígado;
- Colangiocarcinoma, que se origina nos ductos biliares do fígado;
- Angiossarcoma, um câncer raro que se origina nos vasos sanguíneos do fígado;
- Hepatoblastoma, um tumor maligno raro que atinge recém-nascidos e crianças.
O diagnóstico é feito por exames médicos de imagem e o tratamento pode variar de acordo com o estágio da doença, mas pode envolver a remoção de parte do fígado, transplante, quimioterapia e radioterapia.
Como é feito o diagnóstico em Hepatologia?
Exames de sangue (função hepática)
Para diagnosticar certas doenças ou alterações, é possível realizar exames de sangue, como o Hepatograma, para avaliar as funções hepáticas e indicar se o fígado está afetado, incluindo enzimas, bilirrubina, albúmina, proteína total e tempo de protrombina.
Exames de imagem
Aqui, podem ser realizados exames como:
- Ultrassom: para avaliar o tamanho, forma e textura do fígado, podendo identificar nódulos, esteatose hepática e outras alterações;
- Tomografia computadorizada (TC): permite uma imagem mais detalhada do fígado, útil para identificar e avaliar tumores, lesões e estadiar doenças;
- Ressonância magnética (RM): utilizada para avaliação mais precisa do fígado, vias biliares e vasos hepáticos;
- Elastografia hepática: avalia a rigidez do fígado, um indicador não invasivo da fibrose hepática.
Biópsia hepática
A biópsia hepática é utilizada em casos específicos, como diagnóstico de hepatites crônicas, cirrose e alguns tipos de câncer. Neste exame, é coletada uma pequena amostra de tecido hepático para análise em laboratório.
Como tratar doenças hepáticas?
O tratamento para doenças hepáticas depende muito do tipo e causa da doença. Geralmente, o tratamento de doenças mais leves pode envolver apenas alterações na alimentação e rotina e também medicamentos. Em casos graves, é possível ocorrer intervenções cirúrgicas.
Como prevenir as doenças do fígado?
A principal forma de prevenir doenças do fígado é manter uma vida saudável, praticando exercícios físicos e adotando hábitos alimentares saudáveis. Além disso, existem outras formas, como:
- Evitar fumar;
- Vacinar-se contra hepatites A e B;
- Utilizar preservativos em todas as relações sexuais;
- Evitar alimentos que possam estar contaminados;
- Realizar exames de rotina;
- Reduzir o consumo de álcool.
Como se tornar um hepatologista?
Para se tornar um hepatologista, o primeiro passo é realizar uma graduação de medicina reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) e garantir o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). Após, como a hepatologia é uma especialidade de pré-requisito, é necessário entrar na residência de clínica médica, que dura dois anos. Posteriormente, é preciso completar a residência em Gastroenterologia, que também dura dois ou três anos, dependendo da instituição. Por fim, realize a residência em hepatologia, subespecialização da Gastroenterologia focada no fígado, vesícula biliar, pâncreas e vias biliares. Também é possível realizar o exame de Título de Especialista, oferecido pela Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH).
Quanto tempo dura a especialização em Hepatologia?
Após a realização de todas as residências de pré-requisito desta especialização, o candidato fará a residência em hepatologia, que pode durar de um a dois anos.
Quanto ganha um hepatologista?
A faixa salarial do médico hepatologista fica entre R$5.816,54 e R$11.841,35, de acordo com informações oficiais do Novo CAGED, do eSocial e do Empregador Web. O maior teto salarial para a carga horária analisada é em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde a remuneração chega a R$14.404,61.
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