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sexta-feira, 28 junho
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Herpes-Zóster: O que é?

Afinal, você sabe identificar um quadro típico de Herpes-Zóster?

Caso não tenha segurança nesse caso, esse post te auxiliará a identificar e manejar estes quadros.

Definição de Herpes-Zóster:

O Herpes-Zóster, também conhecido como cobreiro, é uma condição que possui origem no vírus da Varicela-Zóster – responsável pela Catapora – mas que permanece latente no corpo, podendo se reativar mais tarde, causando assim a doença, especialmente, em estados de imunossupressão.

Fatores de Risco:

  1. Idade Avançada: O risco de desenvolver Herpes-Zóster aumenta, significativamente, com a idade, sendo assim o principal fator de risco para o desenvolvimento desta condição.
  2. Histórico de Catapora: Ter tido catapora no passado é um fator de risco, pois o vírus da Varicela-Zóster permanece latente no corpo após a infecção inicial, podendo reativar-se como Herpes-Zóster mais tarde.
  3. Imunossupressão: Pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos devido a doenças como HIV/AIDS, tratamentos quimioterápicos ou uso de medicamentos imunossupressores, como corticosteroides, possuem um risco maior de desenvolver o Herpes-Zóster.
  4. Transplantes de Órgãos: Pacientes que passaram por transplantes de órgãos, geralmente, recebem medicamentos imunossupressores para evitar a rejeição, o que pode aumentar o risco de reativação do vírus.
  5. Doenças Crônicas: Doenças crônicas, como diabetes, doenças autoimunes e doenças pulmonares crônicas, podem facilitar a reativação do vírus, causando o Herpes-Zóster.
  6. Histórico Familiar: A predisposição genética para a doença significa um aumento do risco de desenvolvimento da condição.
  7. Vacinação da Catapora: Embora a vacinação contra a catapora tenha como objetivo reduzir a incidência da doença, ela pode, naturalmente, criar uma exposição ao vírus Varicela-Zóster, o que leva ao risco do desenvolvimento do Herpes-Zóster. No entanto, ela é recomendada para reduzir a possibilidade de desenvolvimento da doença.

Quadro Clínico:

O Herpes-Zóster, contudo, se manifesta como uma erupção cutânea dolorosa e vesicular. Apresenta-se em um padrão de faixa ou de dermátomo, que segue o trajeto de um nervo específico. Estudos mostram que a dor pode se manifestar antes de qualquer lesão.

A dor pode se apresentar de forma intensa, associada à sensação de formigamento, parestesia, coceira ou queimação em uma área específica da pele, além do desenvolvimento de erupções vesiculares.

As lesões são caracterizadas por múltiplas vesículas em base eritematosa, seguindo um dermátomo e, caracteristicamente, não ultrapassam a linha média corporal.

Fonte: Google imagens.

A condição pode se manifestar a partir de algumas síndromes clínicas mais comuns:

Sinal de Hutchinson:

Quando há lesões vesiculares na ponta nasal (acometimento do ramo nasociliar) é necessário o encaminhamento e uma avaliação oftalmológica e, consequentemente, iniciar o tratamento precoce para evitar complicações.

Fonte: Google imagens.

Síndrome de Ramsay Hunt:

Refere-se ao acometimento do VII e VIII pares cranianos e é acompanhada de otalgia, paralisia facial ipsilateral (paralisia de Bell), perda do paladar nos ⅔ anteriores da língua e vertigem.

Fonte: Google imagens.

As lesões no conduto auditivo sugerem este acometimento, no qual o prognóstico de recuperação é pouco provável.

Herpes-Zóster oftálmico:

Além das manifestações clássicas distribuídas pelo território do nervo oftálmico (NC V1), a condição pode acometer os olhos, causando diversos quadros inflamatórios intraoculares (conjuntivite, esclerite, episclerite, neurite óptica, coroidite, retinite, ceratite, neurite retrobulbar). Nota-se também, glaucoma, pupilas de Argyll Robertson, atrofia do nervo óptico, exoftalmia e paralisia dos músculos extraoculares.

Fonte: Google imagens.

Complicações:

Ainda que a maioria dos casos de Herpes-Zóster se resolva sem complicações, algumas pessoas podem desenvolver complicações significativas.

Um dos agravamentos mais temidos é a Neuralgia Pós-Herpética (NPH). O quadro se caracteriza por uma dor persistente após a cicatrização das erupções, podendo durar meses ou anos, afetando a qualidade de vida do paciente.

Os agravamentos incluem infecções secundárias das lesões cutâneas e, em casos mais raros, acometimento ocular grave.

Prevenção e tratamento:

A vacinação é uma estratégia fundamental para prevenir a doença e suas complicações. A vacina recombinante contra Herpes-Zóster (Zoster Vaccine Recombinant) se mostrou eficaz na prevenção da enfermidade, reduzindo a gravidade em pessoas mais velhas.

Um estudo publicado no “New England Journal of Medicine”, destaca a eficácia dessa vacina na redução da incidência e gravidade do Herpes-Zóster e NPH em idosos.

Entretanto, o tratamento com antivirais como o aciclovir, famciclovir e valaciclovir podem ser prescritos para encurtar a duração e reduzir a gravidade dos sintomas. Além disso, o uso de analgésicos podem auxiliar no alívio da dor.

📝 Como é cobrado na prova?

(HIAE-SP 2022 ACESSO DIRETO) Paciente, 27 anos, masculino, apresenta-se ao pronto-socorro com lesões dolorosas, bolhosas de fundo avermelhado localizadas em região abdominal. Entre as hipóteses diagnósticas abaixo, a mais provável para este caso é:

A) Varicela

B) Sarampo

C) Reação alérgica de contato

D) Herpes-Zóster

Gabarito: Letra D

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