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segunda-feira, 01 julho
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Hiperglicemia neonatal: tudo o que você precisa saber!

Apesar da hipoglicemia ser uma intercorrência mais prevalente na neonatologia, a hiperglicemia também pode ocorrer e deve ser conduzida de maneira eficaz!

Nesse post vamos discutir a definição, causas e condutas da hiperglicemia neonatal.

Definição

A hiperglicemia neonatal tem como definição a presença de níveis acima de 125mg/dl na glicemia. Entretanto, níveis iguais ou superiores a 200 mg/dL, são suficientes para modificar a osmolalidade sanguínea, trazendo repercussões clinicas mais significativas.

Causas

A hiperglicemia neonatal geralmente está associada a uma condição clínica, e não a um distúrbio específico do metabolismo da glicose, portanto, das causas mais prevalentes, nós temos em ordem decrescente:

  • Administração parenteral de glicose (especialmente em prematuros de muito baixo peso [<1500g], RCIU e sepse)
  • Sepse (resposta ao estresse, redução da insulinemia e redução a utilização eriférica da glicose)
  • Estresse (recém-nascidos em estado de gravidade, muito manipulados, podem elevar a liberação de hormônios conrarregulatórios, como cortisol, e epinefrina, aumentando a glicemia)
  • Drogas (pode estar associada ao uso de glicocorticóides em RNs extremo baixo peso, uso de metilxantinas, fenitoína, beta-adrenérgicos)
  • Diabetes Mellitus Neonatal (condição rara definida por hiperglicemia persistente, ocorrendo nos primeiros meses de vida, com duração superior a 2 semanas e que requer insulina para o manejo)

Manejo

O manejo desses casos visa a vigilância clínica, readequação da taxa de infusão de glicose (TIG) ofertada, avaliar a necessidade de insulina e vigiar o risco de hipoglicemia.

Então, em recém-nascidos que apresentam glicemia ≥ 180 mg/dl, deve-se:

  • Reavaliar medicações: considerar descontinuar ou substituir medicamentos que podem estar levando à hiperglicemia;
  • Vigiar sinais de sepse caso esteja presente solicitar hemoculturas e iniciar tratamento;
  • Reavaliar venóclise:
    • Reduzir a TIG: manter de 4 a 6 mg/kg minuto;
    • No caso de falha, considerar terapia com insulina;
  • Terapia com insulina:
    • Deve ser considerada se glicemia permanece ≥ 200-250 mg/dL (depende da referência) mesmo após redução da TIG;
    • Fase em bolus: 0,05 e 0,1 unidades/kg em 15 minutos, deve-se monitorar a cada 30 e 60 minutos. Se permanecer, deve-se repetir a cada 4-6 horas, numa repetição máxima de 3 doses. Se ainda permanecer elevado, iniciar manutenção;
    • Fase em manutenção: 0,01 e 0,05 unidades/kg/hora até no máximo 0,1/ui/kg/hora;
    • Alvo: manter glicemia entre 150-200 mg/dl, monitorando de hora em hora até ficar estável.
    • Pode-se interromper a infusão de insulina quando o nível de glicose permanecer estável < 150 mg/dL na taxa de infusão mais baixa.
  • Iniciar a dieta enteral o mais precoce possível.

A hiperglicemia neonatal é um desafio clínico complexo que exige uma abordagem abrangente e baseada em evidências. Compreender as causas subjacentes, adotar estratégias de manejo adequadas e realizar um monitoramento contínuo são passos cruciais para garantir o bem-estar dos recém-nascidos afetados.

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