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terça-feira, 25 fevereiro
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Iatrogenia na Vesícula Biliar: entenda os possíveis efeitos fisiológicos

A lesão iatrogênica da via biliar (LIVB) é uma complicação grave, porém evitável, da cirurgia do trato biliar, principalmente da colecistectomia. Entender essa lesão é primordial para nossas provas de residência, principalmente para os residentes de cirurgia, por isso destacamos os pontos cruciais para a prática cirúrgica e para as provas.

Cirurgia de colecistectomia

A colecistectomia, um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados, apresenta um risco inerente de LIVB, variando de 0,2% a 0,5%. A anatomia variável da região, a presença de inflamação e a dificuldade técnica contribuem para essa complicação.  A identificação e o manejo adequado da LIVB são essenciais para minimizar as consequências para o paciente.

Anatomia e Variações

A complexidade anatômica da região hepatobiliar é um fator crucial na gênese da LIVB.  Variações na confluência dos ductos biliares, ductos hepáticos acessórios e a relação próxima com a artéria hepática direita exigem atenção meticulosa durante a dissecção.  O ducto hepático posterior direito, presente em cerca de 12% dos pacientes, é particularmente suscetível à lesão. A colangiografia intra operatória pode auxiliar na identificação dessas variações e na prevenção de lesões.

Fonte: http://www.rb.org.br/detalhe_aop.asp?id=2936&idioma=Portugues

Fatores de Risco

O texto destaca fatores relacionados à doença, como colecistite aguda e crônica, e fatores relacionados ao paciente, como obesidade e cirurgias abdominais prévias, que aumentam o risco de LIVB.]

Classificação de Bismuth-Strasberg

A classificação de Bismuth-Strasberg é fundamental para categorizar as LIVBs e guiar o tratamento.  O mnemônico “A-B-C-D-E” facilita a memorização:

  1. Tipo A: Lesão de ductos segmentares ou de Luschka (ductos acessórios).
  2. Tipo B: Lesão do ducto hepático direito.
  3. Tipo C: Lesão do ducto hepático comum.
  4. Tipo D: Lesão do ducto hepático comum próximo à confluência com o ducto cístico.
  5. Tipo E: Lesões complexas envolvendo a confluência biliar.

Diagnóstico

A suspeita de LIVB deve ser alta em pacientes com dor abdominal, febre, icterícia e/ou extravasamento de bile no pós-operatório.  Exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada e colangiorressonância, auxiliam no diagnóstico. A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) é o padrão-ouro para a confirmação diagnóstica e pode ser terapêutica.

Manejo

O manejo da LIVB depende da gravidade e do tipo de lesão.  Lesões menores (tipo A) podem ser tratadas conservadoramente com drenagem.  Lesões mais complexas (tipos B a E) geralmente requerem reparo cirúrgico, preferencialmente por equipe especializada em cirurgia hepatobiliar.  A reconstrução com hepaticojejunostomia em Y de Roux é a técnica mais utilizada.

Prevenção

A prevenção da LIVB é crucial. Temos como foco a “visão crítica de segurança” (Strasberg), que consiste em identificar claramente todas as estruturas anatômicas antes da dissecção e clipagem.  A dissecção cuidadosa, a tração adequada da vesícula biliar e o uso de energia com cautela são medidas essenciais para evitar lesões.  A conversão para cirurgia aberta deve ser considerada em casos de dificuldade técnica ou suspeita de lesão.

Fonte: https://images.app.goo.gl/9gydMxn2eYoMU9sKA 

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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