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domingo, 24 novembro
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Incontinência Urinária no Idoso: Fatores de risco, tratamento e mais

Uma condição que causa muitos transtornos na idade avançada, a incontinência urinária é a perda involuntária de urina, de qualquer origem e em qualquer quantidade. De acordo com os pesquisadores do Uptodate, pelo menos 50% das idosas possuem incontinência urinária. Não somente idosos apresentam a incontinência, porém é mais comum nesse público devido ao aumento das fibras de colágeno na bexiga (causando redução da elasticidade) e a alteração dos receptores de pressão. Vamos ver alguns detalhes a serem considerados no tratamento a esse público.

Fatores de Risco 

Assim como já foi dito, a idade é o principal fator de risco para essa condição. Dentro desse contexto, podemos relacionar a incontinência com a síndrome geniturinária da menopausa em mulheres e a hiperplasia prostática benigna em homens. Além disso, a obesidade, a multiparidade (quando em partos normais), o histórico familiar e o tabagismo são fatores agravantes também.

Classificação

Dentro dessa enfermidade, podemos diferenciar alguns tipos de incontinência: 

De Urgência De Esforço Por Transbordamento FuncionalMista
Incapacidade de adiar o esvaziamento Perda pelo aumento da pressão intra-abdominalBexiga hiperdistendida devido a mecanismos de obstrução Incapacidade psicológica, cognitiva ou ambiental Com mais de um fator predisponente
Volume de perda variável Pequenos volumesPequeno volumeNormalmente, grandes volumes Variável 

Causas

De modo a tentar reverter a situação, as seguintes causas devem ser evitadas, se possível: 

  • Delirium;
  • Infecções do trato urinário; 
  • Uretrite e vaginites atróficas;
  • Restrição de mobilidade;
  • Aumento do débito urinário;
  • Medicamentos;
  • Infeccao fecal.

Fisiopatologia

A micção é um processo complexo que depende do sistema simpático (noradrenalina no controle do esfíncter uretral interno) e do sistema parassimpático (acetilcolina na contração do esfíncter interno). O córtex cerebral pode inibir o arco reflexo da micção e,por isso, enfermidades que afetem esse controle geram a incontinência.

Sistema Urinário. Fonte: https://escolakids.uol.com.br/ciencias/aparelho-urinario.htm

Cada tipo de descontrole possui causas diferentes, assim como as manifestações, relacionadas com suas formas de apresentação:

  1. De esforço: hipermobilidade da uretra – bexiga caída 
  2. De urgência: doenças neurológicas, doença do SNA, síndrome genito-urinária ou obstrução vesical. 
  3. Por transbordamento: HPB/CA de próstata, Fecaloma, prolapso vaginal e outras.

Tratamento Geral 

O primeiro passo é a avaliação do tipo de incontinência, montar um diário urinário (com frequência, fluxo ,quantidade e perdas) para indicação das melhores medicações. Além disso, podemos incluir o toque retal como modo de afastar a constipação e a impactação fecal. Normalmente, os pacientes apresentam perda de peso, efeito que devemos nos atentar e orientar uma alimentação sem muitos líquidos e que reduza o consumo de cafeína, álcool e tabaco. Os cuidados ambientais que podem ser tomados são a eliminação das barreiras físicas de acesso ao banheiro e a orientação quanto a exercícios pélvicos e o uso de Cones Vaginais.

Cones Vaginais. Fonte: Acervo Dra. Bárbara Tramajura, Fisioterapia Pélvica

Treinamento Vesical

Por meio deste, há programação de esvaziamento vesical, por meio do aumento do intervalo (início de 15 minutos) sem ida ao banheiro para dessensibilizar a bexiga.

Eletroestimulação

Feito principalmente no tipo de Urgência, usa eletrodos de estimulação posicionados na perna para regular o plexo sacral e, assim, as contrações involuntárias.

Estrogenio Vaginal 

Administração hormonal.

Pessário

Objeto colocado pelo urologista/ginecologista como adjuvante para fisioterapia para manter a uretra em posição verticalizada (alterando o posicionamento dos esfíncteres).

Fonte: https://images.app.goo.gl/b1NHVwHVrXZC9gy69

Cirurgia 

Chamada de Sling, é útil na refratariedade com medidas ambientais + fisioterapia pélvica ou pessário. 

Em casos de Incontinência de Urgência 

A primeira linha de cuidado é a fisioterapia pélvica; a segunda linha são os antimuscarínicos e beta agonistas e, por fim, a terceira linha é a toxina botulínica.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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