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quinta-feira, 21 novembro
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Infecções do Trato Urinário na Pediatria: Dados, tratamento e mais

Conceitos-Basicos

As ITUs podem ser definidas pela presença de germes patogênicos no sistema urinário juntamente a um processo inflamatório sintomático. Quando utilizamos o contexto da pediatria, podemos dizer que as ITUs estão entre as infecções bacterianas mais comuns em crianças e possuem um elevado risco de recorrência no primeiro ano após o evento. As crianças acometidas podem apresentar Bacteriúria assintomática, Cistite e Pielonefrite (que pode evoluir para casos mais graves de bacteremia). 

Os fatores de risco para as infecções em crianças incluem malformações do Trato Gastro-Urinário (como o Refluxo Vesico Ureteral, Válvula Uretral Posterior e estenose de Junção Uretero Pélvica), ausência de circuncisão (causando dificuldade de higiene) bexiga neurogênica, constipação, sondagem, uso prévio de ATB e atividade sexual na adolescência.   

Dados Epidemiológicos

No primeiro ano de vida, as infecções afetam igualmente meninos e meninas, porém, depois, é mais prevalente em meninas! Durante a infância, há picos de incidência: lactante que usa fraldas, início do desfralde na segunda infância e quando há atividade sexual na adolescência. 

Atenção: Pontualmente, devemos acompanhar meninos não circuncidados menores de 1 ano (principalmente até os 3 meses de idade) com febre sem sinais localizatórios e meninas com a mesma febre (com diferencial de serem acompanhadas até os 4 anos). 

Em meninas saudáveis, a E. coli é o infectante mais comum, e em meninos é o Proteus mirabilis. Outros uropatógenos menos comuns são os Proteus mirabilis, Klebsiella sp. e Staphylococcus saprophyticus. 

E quando suspeitamos? 

Uma vez identificados os sinais e sintomas, partimos para a anamnese do paciente:

  • Análise física em busca de malformações do TGU e disfunções intestinais e vesicais
  • consultar histórico familiar de doença renal e quadros anteriores de infecção
  • busca por hábitos como atividade sexual em adolescentes

Contudo, se ainda restarem dúvidas, precisamos ver alguns sinais específicos de cada idade, pois quanto menor a criança,mais inespecífico é o quadro.

Recém-Nascido e LactantesPré-escolares EscolaresAdolescentes
Febre sem sinais localizatórios (normalmente >39º C) Urina fétida Sintomas miccionaisDisúria 
Vômitos Dor abdominalEnurese secundária Polaciúria 
Diarréia Disúria Dor lombarUrgência miccional
Ictericia persistentePolaciúria Febre (quando com pielonefrite)Dor lombar e febre (quando com pielonefrite) 
Inapetência Incontinência 
Irritabilidade Urgência miccional

Partindo para o diagnóstico 

O primeiro passo que deve ser sempre seguido é tentar isolar o agente etiológico! Depois, devemos analisar a quantidade de sedimentos urinários sugestivos: leucócitos acima de 5-10 por campo de grande aumento; nitrito positivo; esterase leucocitária positiva e presença de bactérias.  

Podemos, ainda, nos aproveitar de dados retirados da Urocultura: se obtida por punção suprapúbica – qualquer contagem de colônia; se obtida por cateterismo vesical acima de 1.000 UFC/ml  por jato intermediário: acima de 50 a 100 mil UFC/ml pelo protocolo europeu NICE.

E então o tratamento!

Com a identificação do infectante, podemos escolher o antibiótico a ser administrado. O objetivo geral dos fármacos é evitar as complicações e as resistências bacterianas, por isso damos preferência a drogas com alto nível urinário e baixo nível sérico (com menos efeitos colaterais). Como os pacientes são crianças, o bom sabor é um fator primordial para a boa adesão e os remédios ecológicos (com poucos efeitos na flora intestinal) são os mais usados.  

Mais detalhadamente, a escolha do antibiótico pode ser empírica (como a maioria e por E. coli, podemos avaliar o gram, considerar a oscilação do nível de resistência e verificar com a regularidade a sensibilidade bacteriana local), parental (com cefuroxima ou ceftriaxona por exemplo) e orais (como cefaclor e amoxicilina-clavulanato). O tempo de tratamento depende da técnica utilizada, mas pode durar até 14 dias. 

Devemos internar o paciente se: 

  • For menor que 2 anos 
  • For inmunosuprimido
  • Apresentar vômitos ou intolerância VO
  • Tiver alguma falha no tratamento ambulatorial 
  • Ele apresentar urosepse 
  • Tiver impossibilidade de seguimento ambulatorial

Podemos, por fim, avaliar a melhora do paciente em casos de melhora clínica em 24h para cistites e 48-96h para pielonefrites. O tratamento deve ser avaliado em 48 a 72 ,avaliando resultado do antibiograma para possibilidade de deslocamento antibiótico.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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