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quarta-feira, 08 janeiro
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IRA: uma das principais condições urgentes na nefrologia 

Entre as condições complexas que você encontrará na sua residência em Nefrologia, a Injúria Renal Aguda (IRA) é uma das mais desafiadoras e críticas, exigindo um entendimento profundo para um manejo eficaz. Por isso, fizemos esse resumo sobre os principais pontos que você deve ter na memória!

O que é a Injúria Renal Aguda?

A IRA é caracterizada por uma rápida perda da função renal, resultando na incapacidade dos rins de manter o equilíbrio de fluidos, eletrólitos e excreção de resíduos metabólicos. A condição é comum em ambientes hospitalares e está associada a altas taxas de morbidade e mortalidade.

Classificação e Diagnóstico

A IRA é classificada de acordo com os critérios KDIGO (Kidney Disease: Improving Global Outcomes), que considera aumentos na creatinina sérica e redução no débito urinário:

  • KDIGO 1: Aumento de 0,3 mg/dL da creatinina em 48 horas ou 1,5 vezes o valor basal em 7 dias, ou débito urinário < 0,5 mL/kg/h por 6 horas.
  • KDIGO 2: Aumento de 2 vezes o valor basal da creatinina ou débito urinário < 0,5 mL/kg/h por 12 horas.
  • KDIGO 3: Aumento de 3 vezes o valor basal, creatinina sérica > 4 mg/dL, necessidade de diálise, ou débito urinário < 0,3 mL/kg/h por 24 horas.

Tipos de Injúria Renal Aguda

IRA Pré-renal: Resulta de uma perfusão renal inadequada sem dano estrutural intrínseco. Causas comuns incluem hipovolemia, insuficiência cardíaca e uso de medicamentos que afetam a autorregulação renal.

fonte: Radiopaedia

IRA Intrínseca: Envolve dano direto ao parênquima renal, frequentemente devido à necrose tubular aguda (NTA), glomerulonefrite ou nefrites intersticiais.

IRA Pós-renal: Causada por obstrução do trato urinário, como litíase, hiperplasia prostática ou tumores.

Manejo da IRA

O manejo da IRA envolve identificar e tratar a causa subjacente, além de fornecer suporte renal quando necessário. Aqui estão algumas abordagens gerais:

  • Reversão da Causa Subjacente: Corrigir a hipovolemia com fluidos intravenosos, ajustar medicamentos nefrotóxicos e aliviar obstruções do trato urinário.
  • Monitoramento e Suporte: Monitorar rigorosamente o balanço de fluidos, eletrólitos e função renal. O uso de diálise pode ser necessário em casos graves para controlar o volume de fluidos e remover toxinas.
  • Prevenção de Complicações: Prevenir complicações como hipercalemia, acidose metabólica e sobrecarga de volume.
Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof.

Curiosidades 

Diferenciar entre os tipos de IRA é crucial para o tratamento adequado. O uso de parâmetros laboratoriais, como fração de excreção de sódio (FeNa) e análise de urina, pode ajudar a distinguir entre IRA pré-renal e NTA. IRA é uma condição que pode progredir rapidamente. A intervenção precoce é essencial para melhorar os resultados e evitar danos permanentes aos rins. Se o estado de hipoperfusão for mantido por muito tempo, inicia-se o processo de morte das células tubulares (necrose tubular aguda).

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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