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domingo, 30 junho
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Leptospirose: como tratar?

A leptospirose é uma doença febril infecciosa transmitida por bactérias do gênero Leptospira, por meio de roedores infectados. A condição pode variar de uma infecção leve a uma doença grave e potencialmente fatal.

Nesse post, vamos resumir como você deve conduzir um paciente com suspeita de Leptospirose.

Introdução:

Como citado anteriormente, a Leptospirose tem um padrão variado de acometimento, ou seja, podendo haver quadros assintomáticos ou oligossintomáticos autolimitados, ou também, quadros graves potencialmente fatais.

Portanto, inicialmente, deve-se ter a suspeição clínica em caso de epidemiologia e história clínica compatível com a infecção pelo Leptospira. Para um diagnóstico ainda mais preciso, é necessária a solicitação de exames laboratoriais e de sorologia.

Avaliando a gravidade:

O primeiro passo para conduzir esses pacientes é identificando se há, ou não, a presença de sinais de gravidade, que são preditores de um prognóstico pior. Quando há gravidade na incidência, o internamento e estabilização inicial do paciente é necessário.

⚠️FIQUE ATENTO: SINAIS DE ALERTA!

1. Dispneia, tosse e taquipneia
2. Alterações urinárias, geralmente oligúria
3. Fenômenos hemorrágicos
4. Hipotensão
5. Alterações do nível de consciência
6. Vômitos frequentes
7. Arritmias
8. Icterícia

Das complicações causadas pela Leptospirose, podemos destacar insuficiência renal, icterícia e hemorragias. Portanto, após o diagnóstico, o tratamento precisa ser iniciado o mais rápido possível.

Suporte:

A desidratação é uma complicação comum da leptospirose. A reposição de líquidos é necessária para evitar a insuficiência renal (principalmente pré-renal), além de outras complicações, como choque hipovolêmico devido a hemorragia pulmonar.

O acompanhamento clínico regular é essencial para avaliar a resposta ao tratamento e identificar possíveis complicações precocemente. Sendo assim, se o paciente possui um bom estado geral, não apresentando sinais de gravidade, deve haver orientação para tal. No entanto, é fundamental estabelecer um retorno para reavaliação, monitorando o quadro clínico, a função renal e hepática, como também os padrões hemantimétricos, que podem ser um sinal precoce de hemorragia oculta.

Antibioticoterapia:

O tratamento com o antibiótico deve ser estabelecido de maneira imediata, em qualquer período da doença, tendo em vista que a eficácia do medicamento costuma ser melhor na primeira semana do início dos sintomas.

📝 Se liga na prescrição!

Fase precoce:
    - Doxicilina 100 mg VO, 12/12h por 5 a 7 dias.
    - Amoxicilina 500mg VO 8/8h  ou na Pediatria 50mg/kg/dia VO, 6/6h ou 8/8h por 5 a 7 dias.

Fase tardia - tratamento IV:
    - Penicilina cristalina: 50 -100 mil UI/kg/dia,
    IV, em 4 ou 6 doses (Pediatria)
    - Penicilina G Cristalina: 1.500.000 UI, IV,
    de 6/6 horas por 7 dias (Adultos)
    - Ampicilina 1 g (adultos) 50-100 mg/kg/dia IV em 6/6h
    - Ceftriaxona: 1-2 g IV 24/24h (adultos), 80-100mg/kg/dia IV (Pediatria)
    - Cefotaxima: 1g IV 6/6h, 50-100mg/kg/dia IV em 2 a 4 doses (Pediatria)

Você pode verificar o fluxo de conduta nos materiais abaixo:

Fonte: Guia de Vigilância epidemiológica, 2022

Fonte: Guia de Vigilância epidemiológica, 2022

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf

Prevenção:

Além do tratamento, a prevenção é crucial. A associação ocorre quando há exposição do indivíduo à água contaminada por urina de animais infectados. Evitar o contato com água potencialmente contaminada e usar roupas de proteção, são prevenções importantes.

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