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sexta-feira, 13 dezembro
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Ministério da Saúde atualiza diretrizes para a vigilância epidemiológica das meningites no Brasil

O Ministério da Saúde publicou uma nova Nota Conjunta, na qual atualiza as orientações para o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica das meningites. Essa medida visa ajustar as definições de caso suspeitocontatos e surtos de meningite, além de revisar as diretrizes de quimioprofilaxia e incluir novas recomendações sobre vacinação para casos de doença invasiva por Haemophilus influenzae b (Hib). Confira!

Novas diretrizes para casos suspeitos e contatos próximos

Segundo a Nota Conjunta Nº 154/2024, agora, considera-se como suspeito qualquer indivíduo com febre e dois ou mais sintomas como cefaleia intensa, vômito, confusão mental ou fotofobia, ou ainda sinais de irritação meníngea. Em cenários de surtos, a definição pode ser mais ampla para permitir uma resposta mais rápida.

Também foi revisada a definição de contato próximo, que inclui indivíduos com exposição direta às secreções respiratórias de um caso suspeito ou confirmado de meningite, tanto retrospectivamente (até 10 dias antes dos primeiros sintomas) quanto prospectivamente (até 24 horas após o início do tratamento com antibióticos).

Contexto epidemiológico

meningite meningocócica, causada pela bactéria Neisseria meningitidis, continua sendo uma preocupação de saúde pública global, principalmente por sua gravidade e potencial epidêmico. No Brasil, os sorogrupos B, C, W e Y são os mais prevalentes. De acordo com a nova nota técnica, o período médio de incubação da doença é de quatro dias, com variação entre dois e dez dias.

doença invasiva por Haemophilus influenzae (DIHi) é causada por infecção de cepas encapsuladas (sorotipos a, b, c, d, e ou f) e não capsuladas de Haemophilus influenzae (Hi). O sorotipo b (Hib) apresenta uma cápsula que atua como importante fator de virulência, facilitando sua entrada no sangue e no líquor. No entanto, tem-se observado um aumento de casos de meningite e bacteremia causados por sorotipos não b, especialmente o sorotipo a, e por cepas não tipáveis. 

Sintomas da Meningite

Os principais sintomas da meningite viral são semelhantes aos da bacteriana, veja:

  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Rigidez da nuca;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Falta de apetite;
  • Irritabilidade;
  • Sonolência ou dificuldade para acordar do sono;
  • Letargia;
  • Fotofobia.

Tratamento

Para as meningites virais, na maioria dos casos, não se faz tratamento com medicamentos antivirais. Em geral as pessoas são internadas e monitoradas quanto a sinais de maior gravidade, e se recuperam espontaneamente. 

Impacto das Vacinas e Cenário Atual

A inclusão da vacina meningocócica C no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2010 resultou em uma redução significativa na incidência da doença meningocócica no Brasil, que hoje registra uma média inferior a um caso para cada 100.000 habitantes. No entanto, a doença continua a afetar principalmente crianças menores de cinco anos, com uma taxa de 1,42 casos por 100.000 habitantes em 2023.

A vacinação contra o Hib, que integra o calendário vacinal desde os anos 90, também teve um efeito positivo, mas o aumento de casos de outros sorotipos de Haemophilus influenzae destaca a importância de uma vigilância contínua. Até a 35ª semana epidemiológica de 2024 (31/08/2024), foram notificados 110 casos de meningite por Haemophilus influenzae, sendo 2023 o ano com o maior número de casos desde o início da série histórica, totalizando 174.

Entre crianças menores de cinco anos, a média anual de casos de 2010 a 2023 (excluindo 2020 e 2021 devido à pandemia) foi de 76. Em 2024, até a mesma semana epidemiológica, registraram-se 48 casos de meningite por Haemophilus influenzae.

Diante da queda contínua na incidência da Doença Meningocócica e da meningite por Haemophilus influenzae no Brasil, além das ações de conscientização nas redes de saúde para garantir o manejo adequado e a adoção de medidas de controle e prevenção, tornou-se necessário revisar os conceitos utilizados no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica das Meningites.

As novas definições desenvolveram-se a partir de uma revisão de documentos oficiais de vigilância e prevenção de meningites e doenças invasivas em outros países, de dados disponíveis na literatura, da avaliação do cenário epidemiológico no Brasil e de discussões realizadas pelo Comitê Técnico Assessor, sob a coordenação da Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, do Departamento do Programa Nacional de Imunizações, vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.

Nota Técnica Conjunta Nº 154/2024

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Leila Menzel
Leila Menzel
Estudante do 4° semestre de jornalismo, amo e escrevo poesias e viajo em livros de romances clichês.
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