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Ministério da Saúde confirma óbito fetal por febre Oropouche

O Ministério da Saúde confirmou na última sexta-feira (2) o primeiro caso de óbito fetal por febre Oropouche. A gestante, de 28 anos, estava na 30ª semana de gestação, e o óbito ocorreu por transmissão vertical, no estado de Pernambuco.

O Ministério da Saúde enviará uma nota técnica com orientações para a metodologia de análise laboratorial, vigilância e a assistência em saúde sobre condutas recomendadas para gestantes e recém-nascidos com sintomas compatíveis com Oropouche. Esse documento também apresentará informações sobre medidas de proteção individual para prevenir a doença.

Investigação de outros casos de transmissão vertical

Outros oito casos de transmissão vertical por febre Oropouche são investigados, sendo quatro casos em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre. Sendo assim, metade dos casos evoluíram para óbito fetal e quatro casos apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia.

As análises estão sendo feitas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde, para concluir se há relação entre Oropouche e casos de malformação ou abortamento.

A detecção de casos de Oropouche aumentou no país em decorrência da estratégia do Ministério da Saúde de enviar testes diagnósticos para todos os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) do país, que passaram a testar para Oropouche os casos negativos para dengue, Zika e chikungunya. Anteriormente, esse tipo de exame ocorria apenas nos estados da região Amazônica.

O Ministério da Saúde vem monitorando a situação do Oropouche no Brasil em tempo real, por meio da Sala Nacional de Arboviroses. Será publicado, nos próximos dias, o Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, incluindo dengue, Zika, chikungunya, Oropouche.

Aumento de casos de Oropouche

Registraram-se 7.286 casos de Oropouche, em 21 estados brasileiros, segundo dados até o dia 28 de julho de 2024. A maior parte dos casos ocorreram no Amazonas e em Rondônia. A título de comparação, em 2023 confirmaram-se 832 casos, ou seja, este ano já contabiliza um aumento de mais de 700%.

Na semana passada, foram confirmados os primeiros dois óbitos pela doença no país. Os casos são de mulheres do interior do estado da Bahia, com menos de 30 anos, sem comorbidades, mas que tiveram sinais e sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave.

Sintomas e prevenção

O vírus é transmitido por mosquitos infectados, do gênero Culicoides, conhecido como maruins e borrachudos. Os sintomas surgem três a oito dias após a picada e, embora a maioria das pessoas tenha uma evolução benigna e sem sequelas, parte dos pacientes pode apresentar recorrência dos sintomas após 1 a 2 semanas. Dentre os sintomas, podemos citar: febre, dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia.

Contudo, ainda não existem terapias específicas ou vacinas para a doença. O tratamento é focado em aliviar os sintomas e na prevenção através da redução das populações de vetores e uso de repelentes.

Além disso, existem algumas formas de prevenção, como:

  • Uso de telas de malha fina em janelas;
  • Recolhimento de folhas e frutos que caem no solo;
  • Limpeza de terrenos e locais de criação de animais;
  • Usar roupas que cubram a maior parte do corpo;
  • Aplicação de repelentes;
  • Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores.

Pesquisas sobre Oropouche

Na última quinta-feira (1), o Ministério da Saúde em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, realizaram um seminário em Recife com a participação de técnicos e gestores de diferentes estados, especialistas e cientistas.

O Ministério da Saúde montou três grupos de pesquisa sobre Oropouche com objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o transmissor da doença e o comportamento do vírus no organismo, além do acompanhamento de estudos científicos em andamento. Sendo assim, esses estudos estão sendo realizados em parceria com a Fiocruz, Instituto Evandro Chagas (IEC) e Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado do Amazonas.

Um dos grupos de pesquisa está focado em informações laboratoriais, tais como a linhagem do vírus e características genômicas. Outro grupo acompanha as manifestações clínicas dos pacientes e o terceiro investiga qual o ciclo da doença nos insetos transmissores.

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Leila Menzel
Leila Menzel
Estudante do 3° semestre de jornalismo, amo e escrevo poesias e viajo em livros de romances clichês.
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