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sexta-feira, 18 outubro
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Novidades no diagnóstico de Diabetes Mellitus

O diagnóstico de Diabetes Mellitus (DM) é uma etapa crucial na prática médica, especialmente para residentes que estão se familiarizando com os protocolos e diretrizes clínicas. A DM é uma condição metabólica caracterizada por hiperglicemia crônica, resultante de defeitos na secreção de insulina, na ação da insulina ou em ambos. Sendo assim, confira o post para saber mais.

Critérios Diagnósticos

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o diagnóstico de DM pode ser estabelecido através de quatro critérios principais:

  1. Glicemia de jejum: Valores de glicemia plasmática ≥ 126 mg/dL após jejum de pelo menos 8 horas. Este é um dos métodos mais comuns e práticos para o diagnóstico inicial.
  2. Glicemia casual: Valores de glicemia plasmática ≥ 200 mg/dL em qualquer momento do dia, independentemente do intervalo desde a última refeição, acompanhados de sintomas clássicos de hiperglicemia (poliúria, polidipsia e perda de peso inexplicada).
  3. Teste de Tolerância à Glicose Oral (TTGO): Glicemia plasmática ≥ 200 mg/dL 2 horas após a ingestão de 75 g de glicose anidra dissolvida em água. Este teste é particularmente útil para identificar casos de diabetes que não são detectados pela glicemia de jejum.
  4. Hemoglobina glicada (HbA1c): Valores de HbA1c ≥ 6,5%. Este método reflete a glicemia média dos últimos 2-3 meses e é um indicador confiável do controle glicêmico a longo prazo.

Novidades no Diagnóstico de Diabetes Mellitus

Ademais, a Sociedade Brasileira de Diabetes atualizou os critérios de diagnóstico e rastreamento do diabetes mellitus (DM). Confira os principais pontos:

Critérios de Diagnóstico Atualizados

  • Glicemia de jejum: ≥ 126 mg/dL
  • HbA1c: ≥ 6,5%
  • Glicemia no TTGO-1h: ≥ 209 mg/dL
  • Glicemia no TTGO-2h: ≥ 200 mg/dL
  • Diagnóstico na presença de sintomas típicos de hiperglicemia e glicemia ao acaso: ≥ 200 mg/dL

Teste de Tolerância à Glicose Oral (TTGO):

  • Preferência pelo TTGO-1h: Por ser mais prático e preciso.
  • Pontos de corte: TTGO-1h (≥ 209 mg/dL para DM, ≥ 155 mg/dL para pré-diabetes).

Rastreamento de DM2:

  • Recomendado para todos com idade ≥ 35 anos e adultos com sobrepeso/obesidade e fatores de risco.
  • Utilização de GJ e/ou HbA1c como primeiros testes.

Reavaliação:

  • Frequência variando de 6 meses a 3 anos, dependendo dos resultados iniciais e fatores de risco.

Rastreamento em Crianças e Adolescentes:

  • Triagem a partir de 10 anos de idade ou após a puberdade em crianças/adolescentes com sobrepeso/obesidade e fatores de risco.

Diabetes Tipo 1 (DM1):

  • Rastreamento com dosagem de autoanticorpos em familiares de primeiro grau para reduzir risco de cetoacidose e fornecer educação sobre diabetes.

Importância do Diagnóstico Precoce

Desse modo, o diagnóstico precoce do DM é fundamental para a prevenção de complicações agudas e crônicas. Complicações microvasculares, como retinopatia, nefropatia e neuropatia, e complicações macrovasculares, como doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral, podem ser significativamente reduzidas com um controle glicêmico adequado desde o início da doença.

Abordagem Diagnóstica

Assim, é essencial seguir uma abordagem sistemática ao diagnosticar DM:

  1. História Clínica e Exame Físico: Coletar uma história detalhada, incluindo fatores de risco como obesidade, histórico familiar de DM, hipertensão e dislipidemia. O exame físico deve incluir a avaliação do índice de massa corporal (IMC), pressão arterial e sinais de complicações diabéticas.
  2. Exames Laboratoriais: Solicitar os exames laboratoriais apropriados, conforme os critérios diagnósticos mencionados. Em casos de resultados limítrofes, repetir os testes em dias diferentes para confirmação.
  3. Avaliação de Complicações: Realizar exames complementares para avaliar a presença de complicações, como fundoscopia para retinopatia, microalbuminúria para nefropatia e exame neurológico para neuropatia.

Considerações Especiais

Algumas condições podem interferir nos resultados dos testes diagnósticos. Por exemplo, a hemoglobina glicada pode ser influenciada por condições que afetam a vida útil dos eritrócitos, como anemia hemolítica ou hemoglobinopatias. Nesses casos, a glicemia de jejum ou o TTGO podem ser mais indicados.

O diagnóstico de Diabetes Mellitus é um processo multifacetado que requer uma compreensão profunda dos critérios diagnósticos e uma abordagem cuidadosa e sistemática. A detecção precoce e o tratamento adequado do DM podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes e reduzir a incidência de complicações associadas.

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