Confira agora os passos essenciais para o manejo da reanimação neonatal!
Quais os conceitos chaves?
Analisando epidemiologicamente, 2 em cada 10 RN não choram ou não respiram ao nascer; 1 em cada 10 RN vai precisar de VPP; 1 a 2 em cada 100 RN vão precisar de IOT; 1 a 3 em cada 100 RN vão precisar de reanimação avançada (ventilação + compressão e medicações) e a necessidade de reanimação é maior quanto menor a IG e o peso. Esses pontos são primordiais para as primeiras análises da equipe médica quanto a necessidade de fazer a reanimação.
Preparo da equipe
É necessário, primeiramente, fazer a anamnese materno, o preparo do ambiente e do material e divisão da equipe (com definição de um líder). O material necessário deve já estar separado e testado quando necessário para uso.
Preparo do material
Para a reanimação, é necessário fonte de O2 e ar comprimido (em blender), aspirador a vácuos com sondas, fonte de calor radiante, campos cirúrgico e compressas de algodão, saco plástico e colchao termico(se o RN for menor do que 34 semanas), touca de lã ou algodão, estetoscópio, oxímetro de pulso e monitor cardíaco (com 3 eletrodos), reanimador manual, ventilador mecânico manual com peça T, máscaras laríngeas num, 1 laringoscópio com lâmina reta 00, 0 e 1, cânula traqueal sem cuff, fixação da cânula e fio-guia, adrenalina diluída 1 para 9 ml, soro fisiológico e material para cateterização umbilical.
Quando fazer o clampeamento do cordão umbilical?
Se o RN estiver respirando ou chorando e apresentar tônus em flexão o clampeamento pode ser tardio (com 34 semanas ou menos: mínimo 60 segundos;; com mais de 34 semanas: mínimo de 30 segundos). Se o RN não estiver chorando ou respirando ou com tônus muscular, devemos estimular tatilmente em dorso 2 vezes. Com resposta positiva, podemos ter o clampeamento tardio, sem melhora, o clampeamento deve ser imediato, acompanhado dos primeiros passos da reanimação.
Quais os primeiros passos?
Os passos seguem o mnemônico ESPA e devem ser realizados, idealmente, em 30 segundos, seguidos pela avaliação da FC e da respiração.
E – Esquentar (o objetivo é manter normotermia, com sala de parto entre 23 – 25 C e o RN entre 36,5 – 37,5 C).
S – Secar (esse é um estímulo tátil para início da respiração, por isso deve ser feito no corpo e cabeça com compressas aquecidas).
P – Posicionar a cabeça (realizando leve compressão do pescoço e colocando o coxim sob os ombros).
A – Aspiração se necessário (somente se houver excesso de secreções nas vias aéreas, seguindo a ordem boca ➡ narinas). A exceção é o líquido meconial!
Como fazer a avaliação inicial?
Depois dos primeiros passos, devemos analisar a FC cardíaca (por meio de ausculta na região do pericárdio com esteto por 6 segundo e multiplicando o resultado por 10). A FC é o principal determinante para indicar reanimação e avaliar a eficácia desta. Ao mesmo tempo, devemos observar os movimentos respiratórios, considerando respiração inadequada, casos de apneia, movimentos irregulares ou gasping.
Então, como funciona a reanimação?
Ventilação com Pressão Positiva
Principal procedimento é efetivo na reanimação, é indicado quando a FC está menor que 100 e/ou tem apneia, e ele deve ser monitorizado com oximetria de pulso e monitor cardíaco. O ideal é realizá-lo nos primeiros 60 segundos, em ciclos de 30 em 30 segundos.
E se o RN mantém falha com VPP com máscara?
Se o RN’s com idade gestacional com 34 semanas ou mais e peso maior que 2 Kg mantiverem FC menor que 100 e/ou a respiração irregular, podemos considerar a VPP por máscara laríngea por 1 ciclo antes de intubar. Visual Learners
Compressões cardíacas
Esse procedimento é indicado quando o RN apresenta FC menor que 60 bpm após 30 segundos de VPP por cânula traqueal com técnica adequada. As reavaliações devem ser feitas a cada 60 segundos e é considerada como falha se mantida, após 60 segundos de VPP com cânula traqueal e O2 a 100% + massagem cardíaca, a FC menor que 60 bpm.
Medicações
Entre elas, podemos citar a adrenalina (quando FC continua menor que 60 bpm apesar da massagem + VPP por cânula traqueal) e expansores de volume (se houver hipovolemia ou hemorragia materna/fetal – DPP).
CPAP em sala de parto
Esse procedimento fornece pressão contínua nas vias aéreas de maneira não invasiva. Ele mantém a distensão nos espaços aéreos e capacidade residual funcional – PEEP e pode ser realizado por máscara facial e VMM em T. Quando o RN apresenta FC de 100 bpm ou mais e respiração espontânea, mas desconforto respiratório e/ou saturação de O2 baixa. Os alvos de saturação são:
- Até 5 minutos de vida : 70 – 80%
- Entre 5 e 10 minutos: 80 – 90%
- Mais do que 10 minutos: 85 – 95%
Aspectos Éticos
Como profissionais, devemos sempre levar em consideracao os desejos e ocoes da familia. Por isso, o debate sobre a hora de cessar a reanimação deve ser discutido com a equipe e a família, quando o processo durar pelo menos 20 minutos. A falha em atingir o retorno da circulação espontânea após 10 – 20 minutos de reanimação avançada eleva os riscos de óbito e de sequelas moderadas ou graves de desenvolvimento neurológico.
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