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Residência nos EUA vale a pena? Entenda como funciona

Residência nos EUA vale a pena? Entenda como funciona

Muitas pessoas sonham em estudar fora do país e são várias as áreas que permitem esse feito. A grande maioria até pensa em fazer a graduação ou a pós-graduação na Europa ou nos Estados Unidos, mas acaba desistindo por causa da situação financeira. Isso porque as universidades são pagas nesses países, diferentemente do que acontece no Brasil. Mesmo com toda a dificuldade de deslocamento e de gastos, muitos estudantes conseguem chegar até lá e isso não seria diferente com os universitários de medicina que perseguem o sonho da residência nos EUA.

A diferença, nesse caso, é que para medicina a “pós-graduação” funciona como residência médica, já que é nela que os estudantes, depois de formados, vão poder se especializar e seguir carreira em determinada área, como a psiquiatria ou cirurgia geral.

No Brasil, o programa de residência é gratuito e os médicos recebem uma bolsa de cerca de R$ 4100,00, trabalhando 60h semanais já com a inclusão do plantão de 24h. A especialidade mais procurada é a de Clínica Médica, uma vez que é pré-requisito para áreas como Cardiologia, Pneumologia e Nefrologia, por exemplo.

Agora, depois de entender um pouco mais sobre a residência no nosso país, vamos seguir para o como fazer residência médica nos EUA e o  funcionamento dela no país:

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Saiba quanto ganha um residente de medicina nos EUA.| Foto: Freepik.

Como funciona a residência nos Estados Unidos?

Apesar de toda a complexidade existente no processo de residência médica nos EUA, a garantia de uma experiência internacional representa uma oportunidade única de acesso a instituições de referência em todo o mundo. Ter uma rede de contatos maior e mais influente, além da vivência de uma nova cultura trazem várias habilidades comunicativas e são bastante valorizadas dentro do mercado de trabalho.

Sendo assim, muitos estudantes optam por ter um contato com tecnologia de ponta dos hospitais estadunidenses e com a possibilidade de participação nas pesquisas internacionais, o que contribui para o enriquecimento do currículo médico.

Primeiramente, existe o processo de seleção de alunos para a residência. Nessa etapa, é essencial que você possua boas conexões com os professores universitários, já que eles precisarão recomendar você através de uma carta. Ademais, o próprio candidato deverá escrever uma carta, explicando por qual motivo escolheu ser médico e quais são suas projeções para o futuro, dentro da carreira.

Outro ponto importante é ter desenvolvido projetos de pesquisas e ter publicado artigos. Tudo isso te torna um destaque a mais. Entretanto, antes desse processo, é necessário revalidar o diploma em medicina nos EUA.

Para essa revalidação, o estudante de medicina vai realizar o USMLE, que traduzido significa: “Exame de Licenciamento Médico dos Estados Unidos”. Ele consiste em três etapas e tem a sua inscrição para estrangeiros por meio do ECFMG, ou seja: “Comissão Educacional para Graduados Médicos Estrangeiros”. Assim, após o cumprimento de todos os passos, o estudante vai ser direcionado para o “The Match, National Resident Matching Program”, etapa em que há a seleção dos hospitais nos quais ele deseja fazer a residência médica.

Antes de tudo, o estudante de medicina deve solicitar o número de identificação para a USMLE/ECFMG e, em seguida, após recebê-lo, precisará preencher o pedido de certificação ECFMG. O objetivo vai ser avaliar se os graduados no curso de Medicina em faculdades internacionais estão com condições de ingressarem em programas de residência e, até, bolsa de estudos nos Estados Unidos. Para deter esse certificado, o médico também vai passar por uma bateria de exames, além de cumprir alguns requisitos de credencial de educação médica, como, por exemplo, enviar ao ECFMG as cópias de suas credenciais educacionais brasileiras.

Como fazer residência nos EUA?

Para fazer a residência médica nos Estados Unidos, os estudantes vão ser avaliados através do seu currículo universitário, indicações dos professores e pelas provas práticas e objetivas, as quais totalizam três etapas, sendo elas:

Etapa 1

O primeiro passo é, basicamente, uma prova teórica que engloba conhecimentos básicos de ciências na prática médica e possui questões ambientais mais para o ciclo básico do curso de medicina. Essa prova vai ser dividida em 7 blocos de questões, que envolvem matérias como Bioquímica, Biologia Celular, Patologia, Farmacologia, Fisiologia e possuem 1 hora de duração cada uma e cerca de 40 questões. Ao total, o exame é finalizado depois de 8h, já contando com o intervalo de 45 minutos e com uma demonstração de 15 minutos.

A taxa dessa etapa custa U$1.045,00.

Etapa 2

O segundo passo é dividido em dois momentos. O primeiro se assemelha a etapa anterior, mas se volta para conhecimentos clínicos. Ela é chamada de CK (Clinical Knowledge) e se trata de prova teórica clínica voltada para as técnicas diagnósticas e preventivas. Todo o processo é constituído por 8 blocos, com 1 hora de duração cada e a média de 40 questões, totalizando 9 horas. Os conteúdos da CK são sobre: Obstetrícia, Ginecologia, Psiquiatria, Pediatria, Cirurgia e Clínica Médica. Assim como na etapa 1, o tempo do exame já conta com o intervalo de 45 minutos e uma demonstração de 15 minutos.

Na segunda parte, também conhecida como CS (Clinical Skills), que nada mais é do que as habilidades clínicas, há a realização de uma prova prática de habilidades clínicas. A simulação é feita com a participação de pacientes retratados por atores e o teste tem duração de 8 horas. Esse passo já é  conhecido pelos estudantes brasileiros, por se assemelhar ao OSCE.

A taxa da segunda etapa é de U$2.755,00.

Etapa 3

Essa etapa é a mais longa de todas e é a mais cansativa, já que requer dois dias de provas teóricas dos estudantes. Aqui, o foco se volta para as formas de tratamento e os exames vão ser aplicados. O primeiro dia é composto  através do FSMB (Federation of State Medical Boards), ou seja: a “Federação dos Conselhos Médicos Estaduais”.

No primeiro dia, o candidato vai realizar uma prova com 6 blocos, com cerca de 40 questões cada e 1 hora de duração. Já no segundo, uma prova com 6 blocos, de 30 questões cada uma e com duração de 45 minutos. Além disso, ainda são feitas 13 simulações de casos que possuem uma média de 15 minutos cada.

A taxa da terceira etapa é de  U$1.550,00.

Atenção: não é obrigatório ser aprovado nessa prova para obter o certificado do ECFMG, que equivale à validação do diploma médico. Entretanto, ela se faz necessária para a obtenção do título de residência.

Assim, depois de passar por todas essas fases, o estudante vai conseguir participar do Match, que já foi explicado acima. Nele, o participante vai selecionar os programas que mais deseja cursar e os que se interessarem por ele vão convidá-lo para uma entrevista. É importante dizer que os candidatos podem aplicar para mais de uma especialidade ao mesmo tempo.

A duração da residência médica nos EUA vai depender da área escolhida. Para medicina interna apenas 3 anos são necessários, mas caso haja o desejo de se especializar mais, dois anos são adicionados.

Quanto ganha um residente de medicina nos EUA e quanto precisa gastar?

Os gastos apenas para tentar ser aprovado na vaga de residência nos EUA são altíssimos, podendo chegar a até U$6.000,00. Em contrapartida, os residentes de medicina nos Estados Unidos ganham em média U$5.300,00.

Como estudar para a residência médica?

O estudo para participar da residência médica nos Estados Unidos deve começar ainda aqui no Brasil. Após saber como tudo funciona, já é bom começar a direcionar os seus estudos.

É importante que desde o começo da faculdade você já tenha uma ideia de qual área vai querer e ir estudando de forma focada, já que muitos assuntos remontam para esse começo. Pensando nisso, nós do grupo MedCof criamos um curso online para auxiliar os estudantes de medicina. Nós oferecemos cursos preparatórios para estudantes de medicina, com foco no R1 (básico) e no R + (especialidade), além de possuir cursos voltados para a atuação em áreas específicas, e te ajudar a chegar na tão sonhada residência nos EUA.

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