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quinta-feira, 21 novembro
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Câncer do endométrio: como é cobrado nas provas de Residência

Entendendo o Câncer

Um dos cânceres ginecológicos mais comuns (principalmente nos países mais desenvolvidos), esse tipo se desenvolve no revestimento interno do útero. No Brasil, é o quinto câncer mais comum entre as mulheres, com risco cumulativo de 1% aos 75 anos.  O aparecimento dele é mais comum na pós-menopausa (o pré-menopausa representa somente 14% dos casos).  Como a obesidade e o envelhecimento são fatores de risco para o desenvolvimento, os diagnósticos dessa condição vêm aumentando na atualidade. 

Vamos explorar mais fundo alguns pontos desse Câncer?

Etiologia

Essa condição deriva das hiperplasias endometriais (sem atipia, de risco baixo, ou com atipia, com risco de 25 a 30% de progressão para CA). Em casos de prole constituída, se observa na histerectomia. A principal razão para o desenvolvimento de hiperplasia atípica é a desbalanço entre progesterona (protetora do endométrio quando estabilizada) e estrogênio. 

Sintomas 

Apesar de variar em grau e modo de manifestação de acordo com cada paciente, entre os principais sintomas podemos incluir: 

  • Sangramento vaginal anormal entre períodos menstruais ou após a menopausa
  • Dor pélvica ou abdominal
  • Dor durante o sexo
  • Sangramento vaginal após a relação sexual
  • Secreção vaginal anormal

Classificação 

Existem dois principais tipos de classificação, uma mais antiga e outra mais recente (a molecular).

 Na classificação antiga, separamos em dois tipos: o primeiro ocorre com maior prevalência (80%), com prognóstico favorável e presença de adenocarcinoma endometrioide (precedidos por NIE); o segundo ocorre com menor frequência (20%),  têm prognóstico desfavorável e histologia não endometrioide (com carcinoma mucinoso, seroso e de células claras), contado com aneuploidia e mutação TP 53. 

Na classificação molecular os padrões imuno-histoquímicos trazem informações mais precisas em relação ao prognóstico. Existem 4 subgrupos moleculares do pior ao melhor prognóstico: POLE, MSI hipermutação, baixo número de cópias (endometrioide), alto número de cópias (seroso-like). 

Observação: Não há rastreamento para a população geral , com algumas exceções: Síndrome de Lynch 2 , por meio de exame pélvico, USGTV, biopsia de endometrio anual a partir dos 35 anos até a histerectomia ou SOB profilática aos 40 anos.

Fatores de Risco 

 Como já citado, existem alguns fatores de risco que aumentam na atualidade, por isso devemos observá los com celeridade: 

  • Obesidade (devido à resistência insulínica, que gera redução sérica de SHBG e, então aromatização de andrógenos em estrógenos) 
  • Diabetes
  • Hipertensão arterial
  • Exposição prolongada a estrogênio
  • Histórico familiar de câncer de endométrio ou ovário
  • Uso de tamoxifeno (um medicamento usado para tratar câncer de mama)
  • Iatrogenias (com terapia hormonal somente com estrogênio)
  • transição menopausal (com FSH alto e redução da reserva ovariana) 

Fatores de Proteção

Assim como os fatores risco, os de proteção devem ser citados para que sejam corretamente administrados. Podemos citar entre eles: 

  • Multiparidade (por efeitos da progesterona no endométrio) 
  • Uso de ACO combinados 
  • Tabagismo (efeito antiestrogênico) 
  • DIU hormonal
  • Terapia Hormonal Combinada 

Avaliação do Quadro Clínica 

Em pacientes comm fatores de risco para CA no endometrio, é normal sangramento pós-menopausa ou SUA (sangramento uterino anormal). A partir daí, deve-se iniciar investigação por USGTV, avaliando a espessura e regularidade do eco endometrial. Os valores de corte para normalidade são: 

  • 4-5mm no pós-menopausa
  • maior que 9mm no pós-menopausa com TRH assintomática 
  • sem limite com menacme

Os critérios para avaliação histológica incluem a idade maior que 35 anos com quadro de SUA e fatores de risco para CA de endométrio ou uso de tamoxifeno quando em pacientes na pré-menopausa. Em condição de pós-menopausa, os critérios são endometrial maior que 4-5mm ou irregular com sangramento.  

Diagnóstico

 A biópsia endometrial é a principal forma de diagnosticar, ela pode ser feita por  histeroscopia, métodos ambulatoriais e cirúrgicos.

Estadiamento

Buscando uma melhor qualidade de vida para as pacientes, o estadiamento pode ser pré-cirúrgico, cirurgia de estadiamento e estadiamento por método de avaliação FIGO-2014. o pré-cirúrgico, é usado RNM de pelve ou USTGV (para avaliar invasão miometrial e tamanho da lesão)., TC de tórax e abdome superior (para avaliação dos carcinomas, metástases parenquimatosas ou linfonodomegalias) e PET-CT (que é indispensável).A cirurgia de estadiamento é feita por lavado peritoneal, histerectomia total, salpingooforectomia bilateral e linfadenectomia pélvica ou para-aórtica. Por fim, é preciso realizar a exploração completa do abdome e da pelve, biópsia e remoção de todas as lesões. Em alguns casos, há benefício no congelamento intraoperatório . A fim de avaliar a condição linfonodal, são usados os critérios de Mayo (se o tumor for de baixo grau, endometrioide, menor que 2cm e estadiamento FIGO IA. O FIGO-2014 classifica o câncer em quatro estágios, a depender da localização do tumor no útero ( maior ou menor que 50%), a invasão do estroma cervical sem extensão além do útero, e metástase intra ou extra abdominal. 

Grau de Risco 

 A estratificação do risco ocorre em função de guiar o tratamento, principalmente por meio da avaliação linfonodal e adjuvância. Ele vai do mais baixo ao metastático (ara conferiri a tabela completa, entre na nossa plataforma e tenha acesso agora mesmo!) 

Tratamento

O tratamento depende do estágio do câncer e da saúde geral do paciente. As opções de tratamento podem incluir:

  • Cirurgia: histerectomia (remoção do útero) e/ou salpingo-ooforectomia (remoção das trompas de Falópio e dos ovários)
  •  Radioterapia: uso de raios X de alta energia para matar células cancerígenas
  • Quimioterapia: uso de medicamentos para matar células cancerígenas
  • Terapia hormonal: uso de hormônios para tratar o câncer ou prevenir a recorrência

Prevenção 

Embora não haja uma maneira definitiva de prevenir o câncer de endométrio, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco, como já mencionamos antes, confira mais algumas: 

  • Manter um peso saudável
  • Controlar a diabetes e a hipertensão arterial
  • Evitar o uso prolongado de estrogênio
  • Ficar atenta aos sintomas e procurar atendimento médico regularmente

Desse modo, é importante consultar um médico se você tiver qualquer um dos sintomas acima. Quanto mais cedo o câncer de endométrio for diagnosticado e tratado, melhores serão as chances de recuperação.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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