O que é o hemograma?
Também conhecido como exame mais solicitado do mundo, o hemograma é um exame simples e barato, rico em informações e o principal material de trabalho do hematologista. Por meio dele, avalia-se as séries vermelha, branca e plaquetária, que analisam-se por valores de referência específicos. Veja a seguir:
Eritrograma
Eritrócitos | 3,9 – 5,0 milhões |
Hb | M: 12 – 15 g por dL; H: 13 – 16,5 g por dL |
Ht | 36 – 46% |
VCM | 80 – 99 fL |
HCM | 27 – 32 pg |
CHCM | 31 – 36 g por dL |
RDW | 12 – 15% |
Hb: quantidade de hemoglobina dentro da hemácia
Ht: volume da massa eritrocitária (VMC x E)
VMC: tamanho da hemácia (VMC=Ht dividido por E)
HCM: “peso” da hemácia (HCM = Hb dividido por E)
CHCM: concentração da hemoglobina dentro da hemácia
RDW: variação entre as hemácias
Esse exame é extremamente importante para analisar a saúde geral do paciente, já que as hemácias e suas variações são indicativos claros de alguma condição anormal. Uma hemácia normal dura cerca de 120 dias e a produção dela tende a alterar por necessidade anômala (por exemplo quando ocorrem sangramentos) ou por quantidade desequilibrada de substrato (por exemplo na ausência de ferro para produção de sangue). Veja alguns exemplos das variações sofridas pelas hemácias:
Reticulócitos
Esses são os eritrócitos que acabaram de perder o núcleo. Eles sobrevivem por cerca de 0 horas e são fundamentais na investigação de qualquer anemia:
- Se aumentados (mais do que 2% ou maior que 100 mil), é considerado hiperproliferativo, que ocorre devido a anemias hemolíticas ou sangramentos agudos.
- Se estiverem normais ou reduzidos, é considerado hipoproliferativo, em decorrência de fatores carenciais (Fe, B12 e AF), deficiência EPO e distúrbios medulares (invasão ou insuficiência medular).
Com tudo isso, vem o questionamento: quando devemos corrigir o valor dos reticulócitos? A resposta para essa pergunta é quando há anemia e o valor foi dado em termos RELATIVOS (%), pois em termos absolutos não é necessário corrigir. Para realizar a correção, existem duas formas:
- Reticulócitos corrigidos = % Reticulócitos x Ht/40
- Reticulócitos corrigidos = % Reticulócitos x Hb/15
Macrocitose
Essa ocorre quando o VCM atinge valores maiores que 100 fL. A macrocitose causa alterações no metabolismo do DNA e pode ser gerada por deficiência de Vit. B12 (possível aparecer neutrófilos hipersegmentados) e de ácido fólico, por medicamentos (como MTX, azatioprina e AZT), produção aumentada de células imaturas, doenças primárias da Medula Óssea e outras causas.
Leucograma
Os valores normais nesse exame são entre 4.000 e 10.000 células por MM3 . Os leucócitos passam por fases de amadurecimento de acordo com a necessidade do organismo: eles se divididem em granulócitos.
A forma em que ele se encontra depende do invasor presente no corpo . As formas jovens e imaturas dessas células se dividem em mieloblastos e bastonetes, já as maduras se apresentam como segmentadas. A avaliação do leucograma é escalonada, pois a quantidade de células deve obedecer o nível de maturação:
- Bastonete > Metamielócito > Mielócito > Promielócito > Mieloblasto
Se existem muitas células imaturas sem escalonamento, podemos sugerir LLA (se linfoblasto) ou LMA (se mieloblasto)
A reação leucemoide geralmente aponta um valor de < 50.000 leucócitos por mm3 de sangue. Esse valor se altera se houver infecções bacterianas graves, necrose tecidual, TB e insuficiência hepática. Além dos valores brutos, esse exame pode indicar ausência de cromossomo Philadelphia, fosfatase alcalina elevada, basofilia e outros importantes outros de observação. Se observamos sinais de febre, perda de peso e esplenomegalia, devemos investigar uma possível LMC (Leucemia Mieloide Crônica) por meio desse exame, o que mostrará basofilia, fosfatase alcalina normal ou diminuída, mais do que 50.000 leucócitos por mm3 , ausẽncia de granulações tóxicas e presença de cromossomo Philadelphia.
Plaquetograma
Os valores normais de plaquetas são entre 150.000 e 450.000 por mm3. A plaquetopenia, números menores que esses, investiga-se se existir passado de sangramento ou história familiar. Se não tiver nenhum desses mas apresentar números reduzidos de plaquetas, temos um caso de pseudoplaquetopenia. Nesse caso devemos oferecer uma hematoscopia (caso de agregados plaquetários) ou solicitar um novo exame com anticoagulante não EDTA (alguns pacientes desenvolvem anticorpos anti-EDTA).
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