Contextualizando
A pancreatite crônica é uma condição complexa que representa um desafio significativo para médicos em formação, especialmente aqueles que se preparam para a residência em gastroenterologia ou cirurgia do aparelho digestivo. O Grupo MedCof, então, preparou essa revisão abrangente sobre pancreatite crônica, abordando sua etiologia, manifestações clínicas, diagnóstico e opções de tratamento com base no conteúdo do documento fornecido.
Se liga: vamos falar sobre a pancreatite crônica, mas já falamos da Pancreatite Aguda também!
Visão Geral da Pancreatite Crônica
A pancreatite crônica é caracterizada por uma inflamação persistente do pâncreas que leva à substituição do tecido pancreático normal por fibrose. Este processo resulta em dor abdominal crônica e disfunção glandular, afetando tanto a função exócrina quanto endócrina do pâncreas.
Etiologia
A etiologia da pancreatite crônica é multifatorial, envolvendo fatores ambientais e genéticos. Os principais fatores incluem:
- Álcool: É a causa mais comum, responsável por 42-77% dos casos. O consumo sinérgico de álcool e tabaco aumenta significativamente o risco.
- Idiopática: Representa até 80% dos casos, com genes como SPINK1 e CFTR frequentemente envolvidos.
- Genética: Inclui mutações no gene PRSS1, que seguem um padrão de herança autossômica dominante.
Manifestações Clínicas
Os sintomas da pancreatite crônica variam, mas a dor abdominal é a manifestação mais comum, presente em cerca de 80% dos pacientes. A dor pode ser aguda ou crônica e não está necessariamente relacionada à extensão da doença. Outros sintomas incluem:
- Disfunção Exócrina: Resulta em esteatorreia e perda de peso devido à má digestão de gorduras.
- Disfunção Endócrina: Pode levar ao desenvolvimento de diabetes mellitus pancreatogênico (tipo 3c).
Diagnóstico
O diagnóstico de pancreatite crônica combina achados clínicos e exames de imagem. As modalidades de imagem incluem:
- Tomografia Computadorizada (TC): É a primeira linha de investigação, altamente sensível para detectar calcificações e complicações.
- Ressonância Magnética (RM): Oferece maior acurácia para visualizar alterações ductais e parenquimatosas.
- Ultrassom Endoscópico (EUS): Útil para avaliação precoce da doença e para confirmar alterações estruturais.
Complicações
A pancreatite crônica pode levar a várias complicações, como:
- Pseudocistos: Presentes em cerca de 10% dos pacientes, podem causar dor e obstrução.
- Ascite Pancreática: Resulta de fistulização do ducto pancreático para a cavidade peritoneal.
- Trombose da Veia Esplênica: Pode levar à hipertensão portal segmentar.
Tratamento
O manejo da pancreatite crônica é complexo e envolve uma abordagem multidisciplinar:
- Tratamento Clínico: Inclui cessação de fatores de risco, controle da dor e suplementação de enzimas pancreáticas.
- Intervenção Endoscópica: Pode ser utilizada para tratar obstruções ductais e remover cálculos.
- Cirurgia: Indicada em casos de dor intratável ou complicações significativas. Procedimentos como pancreatojejunostomia são comuns para aliviar a obstrução ductal.
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