16.9 C
São Paulo
quarta-feira, 18 setembro
InícioClínica MédicaSaiba mais como diagnosticar Delirium em Idosos

Saiba mais como diagnosticar Delirium em Idosos

A incidência de casos de Delirium, Demência e Depressão é bastante elevada na população idosa. Dentre essas, Delirium apresentasse como um dos mais danosos para esse público e, segundo o Tratado de Geriatria e Gerontologia, pode ser conceituado como “Síndrome cerebral orgânica, sem etiologia específica, caracterizada pela presença simultânea de perturbações da consciência e da atenção, da percepção, do pensamento, da memória, do comportamento psicomotor, das emoções e do ritmo sono-vigília. A duração é variável, e a gravidade varia de formas leves a formas muito graves”.  

O Delirium  acomete pouco dos idosos que vivem em comunidade, mas a incidência entre aqueles em UTI chega a 80%. A prevalência nas unidades de urgência chega a 40% e em pós-operatórios a 60%. O prognóstico de delirium é o pior durante e após a internação, pois está associado a maiores taxas de mortalidade, custo de saúde e tempo de internação. A incidência dele se relaciona com a qualidade do atendimento hospitalar (iatrogenia), uma vez que de 36 a 67% dos casos sequer é diagnosticado ou recebe um quadro de demência ou depressão incorretamente. 

Tipos de Delirium

  1. Hipoativo: Em geral, ocorrem por distúrbios metabólicos ou processo infecciosos. Podemos reconhecer que o idoso se manifesta com sonolência, redução da ingestão alimentar e lentificação das ações. 
  2. Misto (com características do hipo e do hiperativo)
  3. Hiperativo: Esse tipo se relaciona com intoxicação ou abstinência de medicamentos ou álcool Diferentemente do hipoativo, o idoso se apresenta com ações aceleradas e impulsividade.

Diferença entre fatores predisponentes e precipitantes

Apesar de sutis, esse fatores têm diferenças quando falamos de apresentação do Delirium. Os predisponentes são condições ou características que aumentam a susceptibilidade do idoso a desenvolver a síndrome, já ps precipitantes estão relacionados a eventos que desencadeiam o início ou aumento do episódio de Delirium. Vamos ver alguns: 

PredisponentesPrecipitantes
Déficit cognitivo prévioRestrição física
DepressãoUso de sonda vesical 
AlcoolismoIatrogenias
historico de AVCAmbiente não familiar
Deficit sensorial Privação de sono

Observação: no peri-operatório alguns tipos de anestesia, hipotensão, hipóxia, dor, infecção, analgesia, sedação, imobilização e outros fatores também podem ser precipitantes de uma crise de Delirium.

Possíveis Causas

A síndrome pode ser ocasionada , como já exemplificados em fatores predisponentes, por substâncias (como anticonvulsivantes, fármacos hipotensores, corticoides, bloqueadores H2, etc), por infecções (como meningite, pneumonia, septicemia, pielonefrite), por doenças cardíacas (como arritmias, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva), distúrbios metabólicos (hipoglicemia, hipóxia, insuficiência hepática), transtornos de sistema nervoso central, neoplasia, traumatismos e mudança de ambientes.

Critérios Diagnósticos

O método mais utilizado é o diagnóstico por CAM-ICU:

Característica 1 + Característica 2 + Característica  3 ou 4 = Delirium 

  • Característica 1: Início agudo (em dias ou semanas) da alteração do estado mental ou com padrão flutuante;
  • Característica 2: Comprometimento da atenção;
  • Característica 3: Pensamento desorganizado;
  • Característica 4: Alteração do nível de consciência.

Prevenção e Tratamento

De modo geral, podemos aplicar algumas medidas:

Medidas não farmacológicasMedidas farmacológicas
Orientações e estímulo cognitivoAntipsicóticos (em geral o fármaco de escolha) como haloperidol
Redução de ruído noturno com hábitos calmantesAntipsicóticos atípicos (pode aumentar risco de AVE naqueles com demência) como Risperidona
Evitar privação de sonoBenzodiazepínicos (causa sonolência) como Lorazepam
Mobilização precoce para evitar condições restritivasAntagonista do receptor (testado apenas em estudos não controlados) como Trazodona
Corrigir desidratação
Ofertar O2 se necessário
Tratamento de dor
Retirar medicamentos do sistema nervoso
Corrigir distúrbio hidroeletrolítico
Tratamento de constipação

Detalhe importante

Antes de qualquer coisa, precisamos verificar o diagnóstico diferencial para Delirium, Demência, Depressão e outras Psicoses funcionais para não errarmos o cuidado administrado!

O método que te aprova

Quer alcançar a aprovação nas provas de residência médica? Então seja um MedCoffer! Aqui te ajudaremos na busca da aprovação com conteúdos de qualidade e uma metodologia que já aprovou mais de 10 mil residentes no país! Por fim, acesse o nosso canal do youtube para ver o nosso material.

Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
POSTS RELACIONADOS