Por quê estudá-la?
Olá MedCoffer! Sabemos que você já domina os conteúdos referentes à Obstetrícia, até porque, depois das aulas dos nossos professores, ficou molezinha entender, mas o cuidado médico vai muito além do manejo normal da gravidez. Por isso, há muita importância em entender os fatores que podem configurar um risco para a gestação. Por essa razão, o MedCof trouxe um super resumo com a análise de algumas questões (retiradas da nossa plataforma exclusiva QBank) para entendermos melhor essa temática.
Conceitos
- Gestação de alto risco é aquela em que a saúde da mãe ou do bebê está mais vulnerável do que o normal durante a gravidez. Isso pode acontecer por diversos motivos, como:
- Doenças pré-existentes: Diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, etc.
- Condições da gravidez: Gravidez múltipla (gêmeos, trigêmeos), pré-eclâmpsia, diabetes gestacional.
- Fatores relacionados à mãe: Idade muito jovem ou avançada, obesidade, tabagismo, uso de drogas.
- Problemas em gestações anteriores: Abortos de repetição, partos prematuros.
- A definição como Gravidez de Alto Risco envolve a identificação de alguns fatores, como:
- Para a mãe: Pré-eclâmpsia, eclâmpsia, hemorragias, infecções.
- Para o bebê: Prematuridade, baixo peso ao nascer, problemas respiratórios, defeitos congênitos.
Questões
Agora que já vimos uma revisão geral sobre os conceitos que envolvem a gestação de risco, vamos ver como ela é cobrada em algumas questões:
MG – Processo Seletivo Unificado – 2021
- Gestante de 27 anos, G2P1A0, idade gestacional de 13 semanas de gravidez, comparece à primeira consulta de pré-natal na Unidade Básica de Saúde. Relata parto prematuro com 31 semanas na última gravidez por quadro de “”aumento súbito da pressão arterial na gravidez e que só controlou depois do parto””. Nega diabetes, hipertensão ou outras morbidades. Relata alergia à proteína do leite. Ao exame físico não foram identificadas anormalidades. Qual a conduta MAIS ADEQUADA para se tentar reduzir o risco, na gravidez atual, de complicação obstétrica semelhante à relatada?
a) Prescrever ácido fólico e heparina profilática.
b) Prescrever cálcio e ácido acetilsalicílico.
c) Prescrever restrição de sal e uso de metildopa
d) Solicitar Doppler fetal para definição das medidas profiláticas.
RS – Associação Médica o Rio Grande do Norte – 2022
2) Dentre as opções abaixo, qual é o maior fator de risco para o trabalho de parto prematuro?
a) Medida do encurtamento do colo ao exame ecográfico transvaginal.
b) Vaginose bacteriana.
c) Fibronectina fetal presente.
d) História de parto pré-termo.
MG – Processo Seletivo Unificado – 2023
3) A estratificação de risco obstétrico durante a assistência pré- natal é um dos fatores determinantes para a redução da mortalidade materno-fetal. De acordo com o Manual de Gestação de Alto Risco do Ministério da Saúde, qual das opções abaixo NÃO É característica individual e/ou condição sociodemográfica que deve ser considerada como critério de encaminhamento de gestante/puérpera à unidade de maior nível hierárquico de pré-natal:
a) Dependência ou uso abusivo de tabaco, álcool ou outras drogas.
b) Idade inferior a 15 anos e maior de 40 anos.
c) Sobrepeso.
d) Transtornos alimentares (bulimia, anorexia).
RS – Universidade Federal do Rio Grande do Norte – 2020
4) Primigesta com 24 semanas de gestação, IMC de 34 kg/m2, normotensa, vinha realizando pré-natal sem intercorrências até o momento, com exames complementares normais e feto com crescimento adequado. A relação tirosina quinase/ fator de crescimento placentário (sFIT-1/PIGF) está aumentada. Com base nesses dados, a paciente tem um risco aumentado para:
a) Trabalho de parto pré-termo.
b) Ruptura prematura de membranas.
c) Pré-eclâmpsia.
d) Placenta prévia.
e) Tromboembolia.
Analisando…
Como pudemos ver, as questões envolvem muito os fatores que se utilizam para considerar a gravidez como de alto risco e os procedimentos que devem ser tomados a partir dessas condições. Vamos analisar uma por uma agora:
A tabela abaixo, retirada das Diretrizes do Ministério da Saúde, nos clarifica um pouco sobre a prevenção da pré-eclâmpsia ( como já pontuado, um fator de risco sério para a mãe e o bebe na gestação).
Quando temos uma paciente com 1 risco alto ou 2 moderado para essa condição, é indicada a profilaxia com AAS 100 mg à noite, entre 16 e 36 semanas de gestação, aliada a suplementação com carbonato de cálcio 1000mg em pacientes com ingesta deficiente. Por isso, o gabarito da nossa questão é o Item B
2) O principal fator de risco para trabalho de parto prematuro é o antecedente pessoal de parto prematuro espontâneo, com risco de novo evento entre 14 a 22%. Caso a paciente já tenha apresentado dois partos prematuros prévios, o risco aumenta ainda mais, variando de 28-42%.Há outros fatores de risco, porém não tão expressivos, como: gemelaridade, sangramento vaginal no segundo trimestre de gestação, infecções (corioamnionite, pielonefrite, bacteriúria assintomática), idade materna abaixo de 16 anos ou acima de 35 anos, tabagismo, doenças crônicas ou agudas maternas, malformações uterinas, uso de drogas e álcool, dentre outros. Por isso o Item D é a resposta da nossa questão.
3) Nós já sabemos que a estratificação dos risco obstétrico cumpre a função de tentar reduzir a mortalidade materno-fetal. De acordo com o Manual de Gestação de Alto Risco do Ministério da Saúde, as condições que indicam encaminhamento para pré-natal de alto risco podem ser individuais e sociodemográficas, história reprodutiva anterior, condições clínicas e obstétricas na gestação atual. Entre elas podemos citar:
- Idade menor que 15 anos e maior que 40
- obesidade de IMC maior que 40
- baixo peso no início da gestação ( IMC menor que 18)
- transtornos alimentares (bulimia e anorexia por exemplo)
- dependencia ou uso abusivo de drogas
Por isso, o peso em si não é indicação de risco, apenas com IMC maior que 40 (o que indica obesidade). Por isso o gabarito da nossa questão é o Item C.
4) Questão que, a princípio, parece complexa, mas se você lembrar que o fator de crescimento placentário está relacionado ao aparecimento de pré-eclâmpsia, você consegue matar a questão.Sabe-se que diversos biomarcadores têm sido importantes como marcadores de risco de doenças clínicas na gestação. Dentre eles, a relação sFIT1 (tirosina-quinase solúvel)/PIGF (fator de crescimento placentário) é uma análise simples realizada por meio do sangue materno após a 20ª semana de gestação. Com ele, é possível avaliar o risco de aparecimento da doença nas próximas semanas de gravidez.Essa relação se encontra mais elevada quanto mais precoce for o aparecimento de pré-eclâmpsia. Para tentar entender o motivo disso, é importante lembrar sobre a fisiopatologia da pré-eclâmpsia, que se divide em 2 estágios principais (o primeiro ocorre uma placenta inadequada, devido a invasão trofoblástica erradica e remodelação insuficiente das arteríolas espiraladas, o segundo culmina com disfunção endotelial, pela presença de estresse oxidativo, fatores inflamatórios e anti angiogênicos). Por isso, o barito da nossa questão é o Item C, uma vez que ambos os biomarcadores possuem risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia.
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