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Saiba o que é considerado uma Emergência Obstétrica

Conceituando…

Emergências obstétricas são situações médicas graves que podem acontecer durante a gravidez, parto ou logo após o parto. Elas colocam em risco a saúde da mãe e/ou do bebê e exigem cuidados médicos imediatos. Elas podem advir de 

  • Complicações da gravidez: Hipertensão gestacional, diabetes gestacional, descolamento de placenta, entre outras.
  • Problemas durante o parto: Parto prematuro, parto prolongado, hemorragias, prolapso do cordão umbilical.
  • Infecções: Tanto na mãe quanto no bebê.

A depender do tipo de risco ao qual a mãe ou o bebe estão expostos, podemos identificar alguns sintomas e sinais alarmantes, como:

  • Dor intensa: Na barriga, nas costas ou em outras partes do corpo.
  • Sangramento vaginal: Em qualquer quantidade ou cor.
  • Contrações uterinas fortes e frequentes: Mesmo antes da data prevista para o parto.
  • Febre: Alta e persistente.
  • Falta de ar: Dificuldade para respirar.
  • Vertigens: Sensação de tontura ou desmaio.
  • Inchaço: Nas mãos, pés ou rosto.

Casos importantes 

Como afeta seriamente a vida do bebe e da mãe, essa temática deve ser explorada em detalhes. Alguns casos são mais recorrentes nessas situações, por isso vamos explorar um pouco mais deles. 

Síndromes Hipertensivas 

São as intercorrências mais comuns e representam a principal causa de morbimortalidade materna no mundo. Associada a eclâmpsia, risco aumentado de AVC, ICC, EAP, IRA, insuficiência hepática, CIVD, síndrome HELLP, prematuridade e oligoâmnio. 

Eclampsia 

O bebe apresenta convulsões tônico-clônica generalizadas e/ou coma associado à pré-eclâmpsia ( pacientes com níveis pressóricos elevados em consequência da própria gestação, além de proteinúria significativa e/ou comprometimento sistêmico ou disfunção de órgão-alvo). O objetivo primário é preservar a via aérea e garantir a oxigenação (aspirando as secreções, fornecer protetor bucal ,garantir saturação de O2 e com outros cuidados específicos os casos atípicos). 

Síndrome HELLP

A síndrome HELLP é uma complicação grave da gravidez, especialmente associada à pré-eclâmpsia. Ela se caracteriza por um conjunto de alterações no sangue e no fígado. As letras HELLP significam:  Hemólise (destruição das hemácias), EL: Elevadas enzimas hepáticas, LP: Plaquetas baixas, de origem inglês. Os sintomas associados são dor abdominal, especialmente no lado direito superior náuseas e vômitos, dores de cabeça, visão turva, inchaço, fadiga extrema

O tratamento geralmente envolve a internação da gestante em um hospital para monitoramento e controle da pressão arterial. Em casos graves, pode ser necessária a interrupção da gravidez, mesmo que o bebê ainda não esteja maduro, para salvar a vida da mãe.

ICC

A insuficiência istmocervical (ICC), também conhecida como incompetência cervical, é uma condição que afeta algumas gestantes, podendo levar a abortos tardios ou partos prematuros.  Imagine o colo do útero como uma porta que se abre apenas no momento do parto. Na ICC, essa porta enfraquece e se abre antes do tempo, permitindo que o bebê seja expulso do útero prematuramente.O tratamento da ICC visa prevenir o parto prematuro e pode incluir:

  • Repouso: Reduzir atividades físicas e evitar relações sexuais.
  • Medicamentos: Para relaxar o útero e inibir as contrações.
  • Cerclagem: Procedimento cirúrgico para fechar o colo do útero com pontos.

Prolapso do Cordão Umbilical

O prolapso do cordão umbilical ocorre quando o cordão umbilical sai do útero e se posiciona à frente da parte do bebê que está prestes a nascer. Esse evento acontece, principalmente, devido a: 

  • Ruptura das membranas: Quando a bolsa d’água se rompe antes que a cabeça do bebê esteja encaixada na pelve, o cordão pode escorregar para baixo.
  • Posição do bebê: Bebês em posição pélvica ou transversal têm maior risco.
  • Quantidade de líquido amniótico: Pouco líquido amniótico pode contribuir para o problema.
  • Tamanho do bebê: Bebês pequenos podem ter mais espaço para o cordão se movimentar.

Existem 2 tipos de prolapso, oculto ou visível.  Ambos os tipos devem ser cuidados com a devida atenção para não interromperem o fluxo de oxigênio para o bebê. É possível reconhecer esse evento por meio de visualização do cordão na vagina, batimentos cardíacos alterados e/ou distúrbios no padrão de contrações. 

Infecções 

As principais infecções perigosas para o bebê e mãe são: 

Sífilis 

É uma infecção sistêmica crônica causada por uma bactéria espiroqueta Treponema pallidum. A transmissão se dá primordialmente por contato sexual, mas a vertical é a qeu afeta o bebe. As manifestações clínicas se separam em primária (com a presença de cancro duro), secundária (com múltiplas manifestações, como rash maculopapular com lesões generalizadas)  e terciária (com lesões cutâneas, ósseas e cardiovasculares). Os acometimentos fetais incluem alteração hepática, hepatomegalia, trombocitopenia, anemia e ascite. O tratamento normalmente inclui a administração de penicilina benzatina e esquema terapêutico. 

Toxoplasmose 

Causada pelo Toxoplasma gondii, cujo hospedeiro definitivo é o gato. A transmissão ocorre através do contato com terra, areia e ingestão de alimentos contaminados. As manifestações neonatais incluem lesões oculares, alterações neurológicas e sistêmicas, além do abortamento. A partir da suspeita de infecção, já é administrada a espiramicina, além do esquema tríplice gestacional. 

HIV 

O principal fator determinante para a transmissão vertical desse é a carga viral, por isso é preciso manter o controle da mãe com uma rotina preńatal. O tratamento durante a gestação está recomendado para toda gestante e depende da condição dela. Os antivirais normalmente utilizados incluem tenofovir, lamivudina, dolutegravir, sulfametoxazol-trimetoprim, com cargas dependentes de cada caso gestacional. 

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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