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Sangramentos na Primeira Metade da Gestação: Um Guia Essencial para Estudantes de Medicina e Residentes

Os sangramentos na primeira metade da gestação são eventos que podem gerar grande preocupação tanto para as pacientes quanto para os profissionais de saúde. Este guia completo visa esclarecer as principais causas, diagnósticos e condutas relacionadas a esses eventos. Sendo assim, confira o post!

O que é o Sangramento na Primeira Metade da Gestação?

O sangramento na primeira metade da gestação refere-se a qualquer perda de sangue vaginal que ocorre antes das 20-22 semanas de gestação. É um sintoma que pode estar associado a várias condições, desde situações benignas até emergências médicas.

Principais Causas de Sangramento

Abortamento

O abortamento é a interrupção da gestação antes de 20-22 semanas e/ou com feto pesando até 500 gramas. Suas classificações são:

  • Ameaça de Abortamento: Caracterizado por sangramento vaginal, mas com ultrassom normal e colo uterino fechado.
  • Abortamento Retido: Ocorre quando o embrião ou feto não apresenta batimentos cardíacos e não é expulso espontaneamente.
  • Abortamento Incompleto: Há sangramento significativo e o colo uterino está aberto, mas parte do tecido gestacional permanece no útero.
  • Abortamento Completo: Todo o conteúdo gestacional é expelido, e o endométrio fica com espessura menor que 15mm.
  • Abortamento Infectado: Qualquer tipo de abortamento com sinais de infecção.
  • Gestação Anembrionada: Saco gestacional maior que 25mm sem embrião ou vesícula vitelínica.

Gestação Ectópica

A gestação ectópica ocorre quando o embrião se implanta fora da cavidade uterina, geralmente nas trompas de Falópio. Assim, os principais fatores de risco incluem histórico de gravidez ectópica, doença inflamatória pélvica (DIP), cirurgias tubárias, endometriose, uso de DIU e tabagismo.

Diagnóstico e Manejo

Ademais, o diagnóstico ocorre quando há atraso menstrual, dor abdominal e sangramento vaginal. O beta-hCG é um marcador importante, e níveis acima de 2000 mUI/mL sem visualização de saco gestacional intrauterino indicam a necessidade de investigação.

Dessa forma, o tratamento pode ser expectante, medicamentoso (metotrexato) ou cirúrgico, dependendo da estabilidade hemodinâmica da paciente e do tamanho da gestação ectópica.

Doença Trofoblástica Gestacional (NTG)

A NTG é uma anomalia proliferativa das células trofoblásticas placentárias, sendo a mola hidatiforme a forma mais comum. Pode ser parcial (com feto) ou completa (sem feto).

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico ocorre quando há sangramento vaginal persistente e níveis elevados de beta-hCG são indicativos. Outros sinais incluem útero aumentado, cistos tecaluteínicos, náuseas, vômitos, hipertireoidismo e pré-eclâmpsia precoce.

Assim, o tratamento consiste em realizar o esvaziamento uterino, seguindo com dosagem de beta-hCG e contracepção. Em casos de progressão para neoplasia trofoblástica gestacional, o tratamento deve ser mais agressivo.

Condutas nos Abortamentos

Gerais

  • Avaliação da estabilidade hemodinâmica.
  • Tipagem sanguínea e sorologias para HIV, sífilis e hepatites.
  • Administração de imunoglobulina anti-D se necessário.
  • Orientação sobre contracepção e apoio psicológico.

Específicas

  • Ameaça de Abortamento: Vigilância clínica e orientações gerais.
  • Abortamento Retido: Pode-se optar por conduta expectante ou ativa (misoprostol e curetagem).
  • Abortamento Incompleto: Necessita de curetagem ou aspiração manual intrauterina (AMIU).
  • Abortamento Completo: Monitoramento dos níveis de beta-hCG.
  • Abortamento Infectado: Esvaziamento uterino e antibioticoterapia.

Desse modo, o manejo adequado dos sangramentos na primeira metade da gestação é crucial para a saúde da paciente e para o sucesso do tratamento.

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