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quinta-feira, 19 setembro
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Síncope: Definição, história, exame físico, tratamento e mais

Um termo médico para o famoso desmaio, ainda gera muitas confusões quando cobrado em questões de Residência Médica. Por isso, o MedCof preparou este super resumo, embasado nos materiais e aulas disponibilizados somente em nossa plataforma por nossos professores especialistas. Se você ainda não tem acesso a eles, seja agora mesmo um MedCoffer!

Definição

É a perda transitória da consciência por hipofluxo cerebral, com perda de tônus e recuperação espontânea, rápida e completa. 

Etiologias

Síncope reflexa

Também nomeada neuromediada, é a causa mais comum de síncopes. Os motivos que influenciam na ocorrência desta são a ortostase prolongada, ambientes quentes, dor, desconforto sensorial, punção venosa, refeição e estresse emocional. Com efeitos negativos no vasovagal, essas condições têm como resultados tais pródromos sugestivos: calor ou frio, palidez, náusea e vômito, dor abdominal e sudorese. 

Cardiogênica

Esse tipo se apresenta, normalmente, por meio de arritmias ( taquiarritmias e bradiarritmias), isquemias, TEP maciço, mixoma atrial,  estenose aórtica doença estrutural que leva a obstrução do fluxo sanguíneo e cardiomiopatia hipertrófica. É primordial, nesses casos, sempre buscar as causas cardiogênicas.

Hipotensão Ortostática

Relacionada a condição postural, tem como condicionantes a desidratação, a disautonomia e os medicamentosos. É caracterizada pela queda de pressão sistólica (menor que 20 mmHg) ou queda da pressão diastólica acima de 10 mmHg com a mudança para ortostase. Nesses casos, devemos aferir a pressão do paciente deitado e após 3 minutos em pé.

Avaliação

Antes de qualquer coisa, precisamos realizar uma escuta atenta do paciente para entender os mecanismos que levaram a essa condição seguindo sempre a correta anamnese, o exame físico e o ECG (processos que respondem a maioria das causas da síncope).

História 

A coleta da história deve ser detalhada e sistemática, de modo a confirmar o porquê da síncope e se realmente se configura como tal diagnóstico. São perguntas primordiais a presença de cardiopatia ou HF de cardiopatia; o uso de medicações hipotensoras, diuréticas e anti-arrítmicas. Além disso, precisamos perguntar ao paciente a posição do corpo do momento e se havia testemunhas no local. 

Exame físico

  • O primeiro passo é identificar se existe doença estrutural cardíaca através da avaliação de congestão e sopros.
  • O segundo passo é identificar sinais de doenças neurológicas que podem sugerir disautonomia (muito associado a hipotensão ortostática).
  • O terceiro passo é aferir a PA e a FC do paciente deitado e em pé com 1, 2 e 3 minutos. 

Eletrocardiograma 

Esse exame precisa ser analisado com muito cuidado!

  • Intervalo QT: Se síndrome do QT longo o paciente pode ter feito uma Torsades de Points (taquiarritmia polimórfica).
  •  Intervalo PR: Se curto com onda delta (pré-excitação), sugerindo uma síndrome de Wolff-Parkinson-White e ter feito uma arritmia que pode ser grave, desencadeando a síncope.
  •  Bloqueio de ramo direito com supra ST em V1: Padrão da síndrome de Brugada.
  •  Inversão de onda T de V1-V3: Recordando a displasia arritmogênica de VD.
  •  Outros: Infartos (áreas inativas no eletro), bloqueios atrioventriculares, sobrecarga ventricular, podendo indicar insuficiência cardíaca, valvopatias.

Observação: Um ECG totalmente normal em um paciente jovem, denota baixa probabilidade de causa cardíaca da síncope. O estudo eletrofisiológico somente é feito quando há suspeita de arritmias ocultas. No caso de risco de causa cardiogênicas, é preciso internação hospitalar para monitorização. 

Outros exames que podem auxiliar

Holter ou Looper

Deve ser feita a monitoração por 24 horas durante 1 semana. Por esse motivo, são exames de baixo rendimento diagnóstico. Ainda mais, se a frequência da síncope for alta (como semanalmente) deve ser tentado um Looper.

Ecocardiograma

Esse procedimento somente é realizado sob suspeita de alteração estrutural.

Teste ergométrico

Somente se a síncope apresentada aparecer no esforço, a fim de flagrar uma possível arritmia. 

Tilt teste

Usado na suspeita de síncope vasovagal. Nesse, ocorre estímulo através de decúbito enquanto a pessoa é monitorizada.

Escores Prognósticos

Existem muitos escores, mas a maioria inclui ECG anormal, idade avançada, paciente previamente cardiopata, síncope sentado e palpitação precedendo a síncope. Em razão dos vários escores, não é possível decorar nenhum deles, já que os preditores prognósticos são identificados com a clínica.

Tratamento

Isso depende da causa da síncope! Se a causa for cardiogênica, é preciso tratar a causa encontrada. Se vasovagal e ortostática (apesar de diferentes, tem procedimento semelhantes) é necessário orientar o paciente a se manter hidratado e , às vezes, até aumentar um pouco o sal na dieta. Além disso, é preciso reavaliar as medicações e orientar quanto comportamentos nocivos. Pode-se, ainda, ensinar manobras como a de Handgrip, Armtensing e Leg-crossing para o paciente realizarem casos de emergência.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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