Texto escrito por Kiara Adelino, estudante de medicina Facisc Quixeramobim.
As anestesias são fármacos utilizados para o conforto do paciente durante procedimentos médicos, seja por meio de anestesia local ou geral. Elas são diferentes das sedações e dos relaxantes musculares já que as sedações tiram a consciência do paciente e os relaxantes não são específicos, apenas reduzindo o sentimento. A diferença entre sedação profunda e anestesia geral é que na primeira o paciente desperta com estímulos nervosos e na segunda ele não é desperto.
Anestesia local
De acordo com a definição encontrada em Marques, 2005, “anestésicos locais são medicações capazes de inibir de forma reversível a geração e condução do potencial de ação, bloqueando as funções sensitiva motora e autonômica de uma fibra nervosa”.
Essa forma de anestesia é fundamental para a redução do sofrimento do paciente, principalmente em procedimentos invasivos, como a sutura, e acontece sem afetar o seu nível de consciência. As características ideais para esse procedimento são irritação mínima para o paciente, bloqueio reversível, boa difusibilidade, baixa toxicidade sistêmica, eficácia, rápido início de ação e duração adequada. Os anestésicos são por infiltração percutânea (na qual a solução anestésica é depositada superficialmente a zona da área de tratamento, anestesiando as pequenas inervações nervosas na área infiltrada), por bloqueio de nervos periféricos (que consiste na inativação da ação dos nervos sensitivos pelo uso de anestésicos locais, impedindo dor nas determinadas áreas do corpo) e de uso tópico (no qual o anestésico atravessa a barreira epidérmica, é rapidamente absorvido e atinge a circulação utilizado apenas em processos eletivos, devido ao tempo de ação relativamente longo).
Desse modo, a ação do anestésico local depende da quantidade administrada, da classe do anestésico, da concentração, da associação medicamentosa e das características da lesão. Frequentemente, é administrado um vasoconstritor com o fármaco para limitar sua absorção e prolongar seus efeitos, sem aumentar a toxicidade.
Antes da aplicação do anestésico, é importante identificar o tipo de lesão, limpá-la devidamente e aplicar a antissepsia do campo operatório. Com isso, é feita a aspiração do fármaco e aplicada de forma correta, abrangendo toda a extensão do ferimento.
Anestesia geral
Possui a utilização de combinação de substâncias sedativas, anestésicas e relaxantes musculares. Assim, tem aplicação nos procedimentos cirúrgicos de maior porte, como cirurgias cardíacas, ortopédicas e bariátricas, como as substâncias podem causar efeitos colaterais (como náuseas e vômitos no pós-cirúrgico), os pacientes passam por uma pré-anestesia , na qual o médico anestesista estudará a predisposição do paciente e definirá a melhor estratégia anestésica.
A anestesia geral é administrada de forma contínua (seja por inalação ou por via venosa) para controlar a ocorrência de efeitos adversos no paciente. Nela, encontramos 3 fases: indução (que pode ser venosa ou inalatória), manutenção (que pode ser por bomba de infusao ou tambem inalatoria dependendo do tipo de cirurgia) e recuperação (que ocorre após a cirurgia e tem relação direta com o tempo de meia-vida e excreção de cada fármaco utilizado).
Anestesia do Neuroeixo
Tipo de anestesia que foca apenas uma parte do corpo, como perna e abdome. Nela, os fármacos são injetados nos diferentes espaços entre as vértebras da coluna, conforme o local desejado para anestesia. Caso seja raquidiana, a substância anestésica entra em contato com os nervos e leva a uma interrupção temporária da transmissão nervosa. Na peridural, o medicamento é injetado ao redor do canal espinhal e em maior quantidade. Essa serve, principalmente, para proporcionar analgesia pós-operatória aos pacientes.
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