Urgências ginecológicas são condições médicas que exigem atenção imediata, devido ao risco de complicações à saúde da mulher. Elas podem variar desde dores intensas na região pélvica até sangramentos anormais. As mais comuns em clínicas são:
Nesse artigo, vamos explorar algumas urgências ginecológicas um pouco menos frequentes, mas com seriedade e probabilidade de cair em provas similares. Veja!
Torção Anexial
Essa ocorre quando há rotação completa ou parcial do ovário ao redor do seu eixo. Essa rotação ocasiona compressão dos vasos ovarianos, reduzindo o fluxo linfático, venoso e arterial. Contudo, o suprimento arterial para o ovário não é interrompido no mesmo grau que a drenagem venosa inicialmente, pois as artérias com camada muscular são menos compressíveis.
Como reconhecemos?
As pacientes procuram ajuda quando apresentam dor abdominal progressiva, náuseas e vômitos. A reincidência é muito comum, podendo aprofundar a torção. Por meio de USGTV podemos observar uma massa ovariana, aumento unilateral do anexo, sinal do redemoinho, líquido livre em fundo de saco posterior ou fluxo ao doppler.
Como procedemos?
Essa é uma condição mais comum em mulheres com massa ou cisto ovariano com tamanho de 5cm ou mais. Por isso, elas devem ser direcionadas à análise diagnósticas e, se confirmada a condição, tratadas cirurgicamente por laparoscopia (para distorção do anexo). Se forem achados sinais de necrose, o ovário deve ser retirado.
Cisto Hemorrágico
Os cistos ovarianos funcionais (como os foliculares e o corpo lúteo) podem ocasionar sangramentos para o interior do parênquima ovariano ou para a cavidade peritoneal, configurando a hemorragia.
Como reconhecemos?
No primeiro contato com a paciente, ela apresenta dor no período intermenstrual ou durante a fase lútea do ciclo, irritação peritoneal e choque hipovolêmico. A partir desses sinais e sintomas, partimos para o exame físico e com o USG transvaginal para chegar ao diagnóstico. No exame físico podemos procurar abaulamento de fundo de saco vaginal posterior e tumoração anexial. Já no USG, vemos sangue livre em cavidade e aumento o ovário com possíveis sinais de sangramento.
O que podemos fazer?
Nossa conduta clínica deve estar focada, primeiramente, no repouso da paciente, seguido de reavaliação ultrassonográfica em 48 horas e, se encontrada instabilidade hemodinâmica, cirurgia. Por meio dela, realizamos cauterização ou sutura do leito sangrante.
Doença da Glândula de Bartholin
As glândulas de Bartholin são do tipo vestibulares maiores e estão localizadas bilateralmente. Elas drenam ductos subjacentes aos lábios internos que podem obstruir, causando trauma e muco, o que possivelmente pode gerar edema e cisto. Ainda mais, se houver abscesso da glândula, temos casos de Bartholinite, caracterizado por infecção polimicrobiana.
O que podemos fazer?
Para aliviar os sintomas sistêmicos, celulite da pele sobrejacente e IST e ITU associadas, devemos administrar antibióticos se suspeitamos da Doença de Bartholin. Com o diagnóstico confirmado, por análise histológica, começamos o tratamento de primeira linha (drenagem com bisturi, marsupialização ou fistulização).Outra opção é a aplicação de nitrato de prata ou a escleroterapia com álcool. Por fim, se a paciente for recorrente , o que configura risco de malignidade em mulheres com mais de 40 anos e com lesão endurecida e fixa, tentamos a exérese cirúrgica.
Perfuração Uterina
A perfuração pode ter como causa a passagem de instrumentais pela cavidade uterina.
Como identificamos?
A paciente pode se apresentar assintomática primeiramente, mas em casos graves há sangramento e lesão de outros órgãos. A perfuração não pode resistir por muito tempo pois leva a instabilidade hemodinâmica.
O que podemos fazer?
Quando identificado inicialmente, enquanto ainda há instabilidade hemodinâmica, a observação clínica deve ser seguida rigorosamente. Quando já foi alcançada a instabilidade, deve ser feita cirurgia por laparoscopia ou videolaparoscopia.
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