Abordagem Inicial
Infecções de corrente sanguínea relacionadas a cateter (ICSRC) são complicações significativas em ambientes hospitalares, especialmente em unidades de terapia intensiva (UTI). Por isso, precisamos entender essa situação, a fim de evitá-la e de agir corretamente, caso ela já tenha sido instalada.
Conceitos Básicos
As ICSRC são infecções associadas ao uso de cateteres venosos centrais, utilizados amplamente para administração de medicamentos, nutrição parenteral e monitoramento hemodinâmico. Essas infecções podem resultar em complicações graves, incluindo sepse e aumento da mortalidade, além de prolongar o tempo de internação e aumentar os custos hospitalares.
Fatores de Risco
Os fatores de risco para ICSRC incluem:
- Estado Imunológico do Paciente: Pacientes imunodeprimidos, desnutridos ou em diálise apresentam maior risco.
- Duração do uso do Cateter: Cateteres de longa permanência têm maior probabilidade de infecção.
- Localização do Cateter: Inserções em veias femorais apresentam maior risco em comparação com veias subclávias e jugulares.
- Práticas de Inserção e Manutenção: Técnicas inadequadas de inserção e manutenção aumentam o risco de infecção.
Diagnóstico
O diagnóstico de ICSRC envolve a identificação de sinais clínicos de infecção, como febre, calafrios e hipotensão, associados ao uso de cateter. A confirmação diagnóstica é feita por meio de hemoculturas ou cultura de ponta de cateter. Na primeira, fazemos coleta de amostras de sangue periférico e do cateter para cultura microbiana, já na segunda a coleta é realizada após a remoção do cateter, que pode ajudar a identificar o agente infeccioso.
Agentes Etiológicos
Os agentes mais comuns associados a ICSRC incluem:
- Bactérias Gram-positivas: Como Staphylococcus aureus (incluindo MRSA) e Staphylococcus epidermidis.
- Bactérias Gram-negativas: Menos comuns, mas incluem Pseudomonas aeruginosa e Enterobacteriaceae.
- Fungos: Candida spp. são frequentemente associados a infecções em pacientes imunocomprometidos.
Prevenção
A prevenção de ICSRC é crucial e envolve várias estratégias:
- Assepsia Rigorosa: Uso de clorexidina alcoólica para a preparação da pele antes da inserção do cateter.
- Técnica Estéril: Durante a inserção e manipulação do cateter.
- Manutenção Adequada: Inclui a troca regular de curativos e a limpeza do hub com álcool 70% antes do uso.
- Educação da Equipe: Treinamento contínuo em práticas de inserção e manutenção de cateter.
Tratamento
O tratamento das ICSRC depende do agente etiológico e da gravidade da infecção, mas em linhas gerais, devemos retirada do Cateter em casos de infecção grave, devido a presença de bactérias resistentes ou fungos, e quando há complicações como endocardite; fazer a antibioticoterapia, baseada nos resultados de cultura e sensibilidade (em infecções por MRSA, a vancomicina ou daptomicina são opções de escolha e em infecções por Pseudomonas, opções incluem ceftazidima, cefepime ou meropenem) e a Lockterapia, que consiste na infusão de solução antibiótica no lúmen do cateter para tratar infecções localizadas.
Curiosidades: Infecções Específicas
Infecção por Staphylococcus aureus: Requer avaliação para endocardite com ecocardiograma, devido ao risco aumentado de complicações.
Infecção por Candida: Necessita de remoção imediata do cateter e tratamento com equinocandinas, além de avaliação oftalmológica para endoftalmite.
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