A dissecção aórtica está entre os diagnósticos de um paciente com dor torácica aguda. Sendo assim, nesse post, você vai aprender a conduzir um paciente que se apresente com uma situação clínica sugestiva.
Leia a seguir
Introdução dissecção de aorta aguda
O que é?
A dissecção de aorta é uma condição aguda e grave em que ocorre uma fissura (como se fosse um rasgo) na íntima da aorta, fazendo com que o sangue penetre na camada média e crie um lúmen falso.
Como diagnosticar?
Todo paciente com dor torácica aguda deve ser investigado para dissecção aórtica. Dessa forma, dentre os achados clínicos podemos observar uma dor abrupta excruciante, podendo estar presente:
- náusea e vômitos,
- sudorese,
- síncope e sintomas neurológicos,
- sopro de insuficiência aórtica,
- hipertensão refratária ou hipotensão e diferença entre pressão arterial sistólica dos membros superiores ≥ 20 mmHg.
Desse modo, o diagnóstico definitivo de dissecção de aorta aguda só é dado a partir da identificação nos exames de imagem, como angiotomografia (padrão-ouro) ou ecocardiograma (preferencialmente transtorácico).
Dissecção de aorta aguda: Manejo
O manejo deve ser rápido e preciso, além disso, tende em vista a gravidade do paciente!
Conduta inicial
Inicialmente você vai colocar o paciente com dor torácica aguda na sala vermelha e fazer o MOV (monitorização + oxigenoterapia + venóclise). Assim, nesse ambiente você vai realizar o exame clínico e físico desse paciente, e solicitar os exames complementares Rx de Tórax e eletrocardiograma (ECG)
Dissecção de aorta aguda: Manejo dos sintomas
Após a conduta inicial você deve fazer o manejo dos sintomas que traz desconforto para o paciente – a dor, e controlar fatores que aumentam a extensão da dissecção:
- Controle de dor: Morfina ou outra analgesia potente
- Controlar fatores que aumentam a dissecção: Frequência cardíaca (FC) e Pressão arterial (PAS).
- Controle de FC: Alvo de 60 bpm.
- Esmolol BIC EV (Titular a dose pelo peso do paciente).
- Controle de FC: Alvo de 60 bpm.
OU
- Metoprolol – 5mg que pode ser repetida por, no máximo, três vezes (Dose máxima 15 mg)
- Controle de PAS: Alvo de 100-120 mmHg
- Se PAS > 120 mmHg (mesmo após o uso do esmolol ou metoprolol) estamos diante de uma emergência hipertensiva (há lesão de órgão-alvo), logo, deve ser administrado Nitroprussiato.
- Se hipotenso: Volume + Noradrenalina (Vasopressor).
Dissecção de aorta aguda: Tratamento definitivo
Por fim, o tratamento definitivo da dissecção de aorta aguda dependerá da classificação de Stanford da dissecção aórtica:
- Stanford A (proximal, a. ascendente) → Cirurgia de emergência!
- Stanford B (distal, a.descendente)
- Cirurgia de emergência se:
- Sinais de rotura iminente.
- Dor refratária.
- Isquemia de órgão ou membro.
- Na ausência desses 3 fatores, adota-se conduta conservadora→ expectar e programar a correção de forma eletiva, se necessário.
- Cirurgia de emergência se:
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