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terça-feira, 07 maio
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Asfixia perinatal: Entenda as causa, cuidados e complicações

Neste artigo, exploraremos os principais aspectos da asfixia perinatal, desde a definição até o manejo fornecendo um guia abrangente para a abordagem clínica apropriada.

A asfixia perinatal, um evento que ocorre quando um recém-nascido é privado de oxigênio antes, durante ou após o parto, é uma preocupação crítica que exige ação imediata e intervenções precisas por parte dos profissionais de saúde.

Definição

A asfixia perinatal é caracterizada pela insuficiência de oxigenação em um recém-nascido, causada por problemas circulatórios ou respiratórios durante ou após o parto.

A asfixia perinatal pode levar a uma série de complicações, incluindo disfunção orgânica e comprometimento neurológico, denominado encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI)

Epidemiologia

É uma doença grave com incidência elevada de 1 a 6 a cada 1000 nascidos vivos, apresentando incidência maior em países em desenvolvimento. Representa a 3 causa mais comum de morte neonatal no mundo.

Etiologia

Como discutido ao longo do post, existem inúmeras causas que podem levar ao sofrimento fetal agudo, podemos chamar de evento perinatal agudo, ocorre quando há a presença de descolamento prematuro de placenta, prolapso ou rotura de cordão umbilical, desacelerações tardias, rotura uterina ou outras situações em que fique evidente a presença de sofrimento fetal agudo.

Avaliação e Diagnóstico

A avaliação inicial de um recém-nascido suspeito de asfixia perinatal é uma etapa crítica no manejo.

A rápida identificação de sinais de sofrimento fetal durante o parto, bem como a avaliação da frequência cardíaca, esforço respiratório e coloração do bebê, é essencial para orientar a intervenção.

Avaliação inicial

  1. Avaliar e realizar manobras de reanimação neonatal, segundo as Diretrizes do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria;
  2. Internamento em leito de UTI;
  3. Obter gasometria do cordão ou do recém-nascido na primeira hora de vida (verificar acidose metabólica, compatível com agravo hipóxico-isquêmico) e realizar exame neurológico na UTI para avaliação de encefalopatia neonatal;
SBP, 2020.

Manejo

Para todos

Segundo as orientações da SBP deve-se:

  • Ter o cuidado em controlar temperatura durante a reanimação e à admissão na UTI mantendo o RN em normotermia durante a avaliação.
  • Realizar acesso venoso central (umbilical) para administração de líquidos e glicose.
  • Oferecer uma taxa hídrica diária inicial entre 40-60ml/kg/dia com ajustes de acordo com balanço hídrico a cada 12h.
  • Evitar a infusão excessiva de líquido e indicar expansão de volume somente em situações especiais.
  • Vigiar glicose, sódio, potássio, hemoglobina/hematócrito e coagulograma/plaquetas a cada 12h no primeiro dia de vida e depois, a cada 24h.
  • Vigiar e controlar a pressão arterial;
  • Suporte de O2 se necessário (alvo entre 90-95%) se gasometria normal

Para EHI Moderada ou Grave

Para pacientes classificados com encefalopatia moderada ou grave, deve ser submetido a hipotermia terapêutica, devendo ser instalada nas primeiras 6 horas de vida e mantida até as 72h de vida, com a temperatura alvo de 33,5°C, tomando os devidos cuidados para que a temperatura não caia abaixo de 33°C.

O método ideal de escolha envolve o uso de sistema servo-controlado com aferição contínua por termômetro retal ou esofagiano.

Estudos recentes mostram a a instalação da hipotermia terapêutica resultou numa melhor evolução do quadro, e redução das sequelas devido à asfixia perinatal.

É importantíssimo lembrar que esses RNs devem receber uma tenção especial, utilizando de monitorização contínua, inclusive cerebral com o uso de eletroencefalograma, além do cuidado multidisciplinar.

A abordagem da asfixia perinatal abrange desde a avaliação inicial até manejo adequado, com foco em intervenções oportunas e monitoramento contínuo.

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